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segunda-feira, maio 02, 2005
E mais uma vez com vocês: Bruna e a burocracia francesa.
O ex-roomeite mexicano, que foi morar na Suécia com sua namorada estranha (essa sim, é relamente estranha), recebeu um pacote pelo correio, registrado. Sendo que ele não estava em casa no momento que o troço chegou (duh, estava na Suécia), eles deixaram um papelzinho, pedindo que ele fosse buscar nas próximas duas semanas. Ele me mandou uma procuração, e uma cópia do passaporte por e-mail, que, sendo por e-mail, não estava assinada. Eu assinei por ele, e pronto. Chegando no correio essa manha, e moço me olhou com cara feia, e disse que não aceitavam procurações, que ele tinha que assinar o próprio papelzinho, e que, mais importante, ele precisava de um documento de identidade original. Expliquei que o moço estava na Escandinava, e isso durante alguns meses. Por isso ele não tinha como assinar o papelzinho, nem deixar o passaporte comigo. Seria possível deixar o pacote por lá alguns meses? - Non, Madame. Perguntei se seria possível eu apresentar uma carteira de identidade mexicana. - Non, Madame. Não consideramos documentos estrangeiros como oficiais. Teria que ser o passaporte. Certo. Claro. Expliquei que sendo que ele estava viajando, o passaporte estava com ele, lá na Suécia. - O senhor entende que pra viajar ele tem que ter o passaporte junto com ele, certo? - Oui, Madame. Mais c'est pas possible, pas possible. (Pas possible tem que ser a frase que é repetida mais vezes pela população desse país. Tenho certeza absoluta.) Ele ofereceu me mostrar o pacote, para que eu pudesse ver de onde vinha. Respondi que já sabia de onde vinha, e o que continha. - Alors, c'est pas possible, Madame. - Então o que você sugere? Entende o problema do passaporte, e do papelzinho? - C'est pas possible, ele disse, mais uma vez, levando a procuração pra dentro do seu escritóriozinho. Daí ele saiu com o bendito pacote na mão, e me deu, reclamando, dizendo que eles não aceitavam cópias de documentos. Mas me deu. Agradeci, e fui-me embora. O que achei realmente legal da história toda, foi que a assinatura no bendito papel, que ele nunca leu, era falsificada!
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