|
segunda-feira, junho 20, 2005
Declaração de Amor
- Você ja fez a declaração de imposto de renda? - Fiz. - Teu salário deu isso? (apontando para uma folha Excel) - Não, é mais. - Merda! - ???? - Quanto mais? - Uns 7 mil. - Assim? (mostrando a folha Excel ajustada) - Isso. - Ta vendo aqui, essa coluna, é teu salário, e aqui o que você vai pagar de imposto. Essa é a minha, com o meu imposto. Os dois juntos, aqui nessa coluna. - E essa coluna aí? - Exatamente! Essa aqui é o nosso imposto junto, se a gente se casar. E aqui é mais ou menos o que vamos economisar. - Porra ! Tudo isso?!?!?! - Tudo isso. Viu só, vale a pena a gente se casar. - Nos teus sonhos, merrmão! - Não, falando sério. Você quer casar comigo?
Minha amiga Caro está grávida. Mas grávida mesmo, com aquele barrigão. Aliás, no momento exato, talvez nem esteja mais grávida porque talvez já virou mãe. O engraçado é ver como essas coisas acontecem em outra cultura. A Caro é um amor de menina, mas tem uma tolerância incrível com o marido, que é um amor, mas que abusa da bondade e boa fé da moça. Ele sai com os amigos beber enquanto ela fica em casa com o barrigão, e depois some. Ele comprou um apê pra eles enquanto ela estava com a barriga, e depois resolveu fazer todos os travaux (contrução) sozinho, e deixou Caro com sua barriga morando na casa dos pais dele. Por mais que os sogros sejam legais, pelamordedeus, eu matava um cara desses. Mas então, não é que Caro foi pra maternidade esse final de semana, com as contrações que começaram. Ela estava dilatada de 3 cm, e esperariam chegar aos 7. Ou seja, estava lá pela metade do trabalho. Ela disse pro marido que esse trabalho ela faria sozinha, e mandou ele embora pro bar. Ela ficou sozinha, enquanto o marido ligava pros amigos, comentando o futebol (México e Brasil, o México ganhou um à zero, que vergonha). Quando me contaram, fiquei pasma. O dia que eu for passar por isso (só daqui á muito tempo), vou querer minha máe, minha irmã, algumas amigas bem selecionada, e CLARO, OBVIO, o pai da bendita criança. Quanto mais gente por perto, melhor. Quero o máximo de mãos pra morder, o máximo de gente pra xingar, e muitos paninhos gelados na testa, muitos carinhos e cuidados. Como, pergunto, como é que a moça resolveu fazer isso sozinha ?!?!?!!
- Ah, mas esse povo europeu é muito diferente de nós, disse minha amiga Mexicana.
sexta-feira, junho 17, 2005
Ontém cheguei em casa tarde. Depois so trabalho, como é de costume em dias de desespero, fomos ao bar da esquina. E essas coisas atrasam a volta pra casa, atrasam a preparação do "jantar", e atrasam o pouco trabalho que posso fazer com os meus projetos. Enão estava meio cansada e ansiona, quando sentei pra respirar 5 minutos, e liguei a TV. E quem eu vejo, logo de cara? A maravilhosa Bethânia, olhando pra mim. Nesse ano do Brasil na França passam muitos documentários, principalmente musicais, nos canais mais "intelectuais" da televisão francesa. E esse foi um deles. Um documentário lindo, sobre Bethânia, mas, claro, onde apareciam Caetano, Gil, Chico, e todos esses brasileiros que nunca vi, mas que considero meus amigos, minha família, meu Brasil. Que saudades que me deu, que vontade de sair correndo pegar o próximo avião de volta pra minha terra maravilhosa!
quarta-feira, junho 15, 2005
Comprei uma roupa mais cara que o aluguel. São poucas as coisas que possuo que custam mais que o aluguel. Em 9 anos que trabalho em que me sustento sozinha, sem um tostão de ajuda dos outros, posso contar nos dedos as vezes que comprei alguma coisa mais cara que o aluguel. O meu computador, que foi uma compra dolorida, mas que valeu muito a pena, e agora, uma roupa. Mas a vida é assim, as vezes temos que fazer exeções.
Não posso usar saias porque as pernas estão muito brancas. Mas as pernas estão muito brancas porque não uso saias
terça-feira, junho 07, 2005
Estou pra fazer 30 anos. Trinta! Pode uma coisa dessas? Vou ter que fazer uma bela duma terapia antes de poder dizer às pessoas a minha idade. 30 anos e uma nova vida. Pelo menos as outras partes da vida vão pra frente também. Mas ainda tenho tantas coisas pra aprender, e tantas coisas pra ver, e conhecer, mudar e crescer... Como é que vou conseguir encaixar tudo isso no resto da minha vida?
Mensagem pessoal:
Marta, você deixou alguns recados por aqui, mas não deixou e-mail ou blog. Tem algum jeito de trocar umas idéias? Queria te perguntar sobre o tratamento que você fez para as dores de cabeça. Se quiser, me mande um recado pelo sistema de comment aí à direita. Obrigada, obrigada....
domingo, junho 05, 2005
A minha crise dos 28 não foi assim, uma crise que eu tive aos 28. Foi A crise DOS 28. Entende?
Seguinte: a vida tem ciclos. À cada 7 anos, todas as células do nosso corpo se renovam. Aos 8 anos de idade, não sobra nem uma única célula do corpo de uma criança quando ela tinha 2, por exemplo. E isso tem repercursões, claro. Mas aos 28 a coisa é meio braba. Porque é uma idade onde a vida adulta realmente está em andamento. Aos 7, 14 e 21 ainda temos a desculpa de sermos meio crianças. Aos 28, normalmente (claro que não acontece com todos - vide eu mesma), as pessoas deveriam ter algum resquício de vida adulta, de resposabilidades, de estabilidade. Então esse tal de ciclo dos 7 faz um efeito. Em geral, as pessoas que chegam aos 28 percebem que a vida está toda errada, e querem mudar tudo. (Casa, trabalho, país, amigos, amados, etc.) Existem, claro, as pessoas que simplesmente se questionam, e resolvem que a vida vai bem, obrigada, e que estão felizes assim. Mas muita gente tem vontade de mandar tudo praquele lugar, e começar de novo. E acontece muito.
Menos, claro, com pessoas incompetentes e enroladas como eu. Que quis mudar tudo, tudinho, mas demorou dois anos pra realmente começar. Pois então, eis o resultado da minha crise dos 28 agora, aos quase 30. Aguardem!
|