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quarta-feira, junho 30, 2004


Esse final de semana, fui pro sul. Pra casa dos pais do Monsieur. Estava um tempo lindo, sol e calor. Fiquei bundando, sem fazer absolutamente nada.
Mas quanto mais tempo passo nesse paÍs, mais me sinto uma estrangeira. Imagine quatro jóvens, no Brasil, sentados em volta de uma piscina, num lugar lindo. Agora imagine esses mesmos, cada um com o nariz enfiado dentro de um livro. Conversa zero. Bizarro? Também acho. Mas por aqui é perfeitamente normal. Não me entendam mal. Amo ler. Amo livros, literatura e afins. Mas acho que nada disso pode substituir uma boa conversa entre amigos. Também leio na praia, não tenho absolutamente nada contra. Mas que a leitura fique no lugar de toda e qualquer conversa, isso não acho legal. Tentei, tentei, tentei puxar conversa. Afinal de contas, uma das pessoas presentes é justamente escritor. Me contou a histórinha do seu livro, e depois re-colocou o narizinho dentro de outro livro. Afffffffff.
Depois, muito depois, fomos pegar o trem de volta pra Paris. Tinha um trenzinho da cidadezinha onde estávamos até Marseille, e um TGV (Train Grande Vitesse, aquele grandão que vai muito rápido) de Marseilles a Paris. Chegamos na estação, comprei as passagens, e esperamos, esperamos, esperamos. Nada do trem. O homen que vendeu as passagens desapareceu, claro. E colocavam a lista dos trems no telão da estação. Um das 19:33, que não veio, sem explicações. Um das 19:45, nada. Outro 5 minutos mais tarde, e nada. À essa altura, já tinha perdido o TGV de Marseille. Estava puta da vida. Resolvemos voltar pra casa. Como os trems desapareceram, atravessamos os trilhos pra chegar à saida da estação. Claro que nessas horas o carinha apareceu, pra gritar e fazer um escândalo. Eu me surpreendi, porque respondi gritando e reclamando, digna de comportamento de francês. Ele me chamou de suicida porque resolvi atravessar os trilhos. Respondi que seria meio difícil me matar com algum trem, sendo que eles todos desapareceram. O pessoal na plataforma começou a rir. O cara ficou mais bravo ainda. O Monsieur voltou pro meio dos trilhos, e ficou com os braços abertos, "esperando se matar". O carinha, ainda gritando, soltou fumacinha das orelhas. Adoro provocar gente que não trabalha.
No final das contas, tive que tomar outro trem, no dia seguinte. Perdi meio dia de trabalho, que não é nada assim, tão dramatico, mas acho que a compania de trem não devia ter o direito de simplesmente desaparecer com seus trens. Estou virando uma reclamadora e tanto!




Bruna 4:38 PM


Eu sei, eu sei. Não ando escrevendo muito. E aprecio muito os e-mails reclamando disso. :o) É sinal de que alguém me lê. Vou fazer de tudo pra voltar a escrever aqui, direitinho, e bastante, e sempre. Mas ando super ocupada. O trabalho está corrido, e trabalho em casa também. Mas vou fazer uma forcinha....




Bruna 4:04 PM

quarta-feira, junho 23, 2004


Esse final de semana assisti uma partezinha de um filminho meio chato. Mas teve um pequeno dialogo que me interessou, e me fez pensar. Um médico, que era alopata, e resolveu virar homeopata, estava tendo problemas com a mulher. Antes ele atendia muitos clientes, sendo que cada um passava 10 minutos com ele. O doutor receitava um monte de remédios, cobrava, e mandava o paciente embora. Quando virou homeopata, passava mais de uma hora com cada paciente. Conversava, ouvia, tentava realmente entender a pessoa por inteiro. A esposa ficou frustrada, porque a renda do marido baixou loucamente, e ele trabalhava mais tempo, pra ver menos pacientes.
Os dois brigaram muito, sem conseguir se compreender.
O médico, conversando com um amigo, explicou a situação: na medicina chinesa, o médico tem consulta com a família inteira duas ou três vezes por ano. Ele faz acupuntura e outros tratamentos, pra re-equilibrar a energia de cada pessoa. Os clientes não vão ver o doutor porque estão doentes. Vão regularmente, e pagam pra manterem-se em saúde. Se o paciente adoece, o médico tem a obrigação de trata-lo, sem ganhar um tostão, até conseguir se livrar do problema. Pode passar semanas com o paciente, sem poder viver a vida dele, e sem ganhar dinheiro. Dessa maneira, ele tem todo o interesse em ter pacientes saudaveis. Sua reputação está em jogo.
No ocidente, médicos tratam os doentes quando estão doentes. Quanto mais doentes o doutor tiver, mais credibilidade ele terá.
Onde está a lógica nisso?




Bruna 10:52 AM

terça-feira, junho 22, 2004


Não ando escrevendo muito por aqui porque realemente não tenho muita coisa pra contar.
Ontém foi a Fête de la Musique. Isso significa que a cidade toda fica cheia de bandinhas e grupos espalhados por todos os cantos, tocando e cantando. A idéia é muito legal. Na prática o que acontece é que vira um Ano Novo Alemão. Todos enchem a cara, e como europeu não sabe beber com classe, ficam chapados, gritando e batendo uns nos outros. Os lugares onde tem qualquer coisa de qualidade ficam lotados, com aquele empurra empurra violento. Então fiquei em casa, dando uma de chata e rabugenta.
Faltei na capoeira, de novo. Ando faltando muito. Estou tentando correr no parque, pra pelo menos conseguir manter o mínimo de forma e vontade. Hoje vou fazer aula, de qualquer maneira.




Bruna 11:09 AM

quarta-feira, junho 16, 2004


Estou trabalhando no site de uma mulher simplesmente incrível. Estava fazendo a página do CV dela, procurando uma galeria, e procurei o nome dela na Google. Apareceram 6 páginas. SEIS. E todos os negocinhos eram relamente sobre ela. Escritos sobre ou por ela. Projetos artisticos de paz entre os Palestinos e Israelenses, palestras e exposições, etc. Sem fim. E eu que passo meus sábados de tarde ensinando ela a usar o scanner, pra poder colocar suas fotinhos no site. Eu sabia que ela era incrível. Só não sabia o quanto. Da próxima vez, vou me ajoelhar à seus pés. (E ela vai dar muita risada, porque ela é assim).
E me pergunto como ela consegue ser assim. E a maioria das pessoas que são simplesmente normais? E toda aquela gente que passa a vida dentro do metrô, com cara de infeliz? Aquela gente que vai trabalhar todos os dias, em lugares onde fazem o mínimo pra conseguir a graninha no final do mês? As pessoas querem trabalhar pra ganhar dinheiro. Depois pegam esse dinheiro e compram carros bonitos, com capôs brilhantes. Saem jantar em restaurantes caros, prestigiosos. Compram bolsas feias de marcas caras, pra carregarem o resto do dinheiro que ganham.
Porque a maioria das pessoas desse planeta são assim, e ela não?
Ela tem uma paixão que a empurra pela barriga, pelas tripas. Que faz com que ela só consiga fazer as coisas em que realmente acredita. E assim, por causa disso, ela tem tanto sucesso.
Tem um Monsieur por aqui que trabalha, trabalha, muitas vezes até tarde da noite, num escritório escroto. Não acredita naquilo que faz, não gosta. Mas trabalha muito. Fica estressado, tem pesadelos sobre aquilo tudo. E continua. Na esperança de que um dia vai ter uma aumentação, ou que receberá uma proposta melhor. E daí terá mais graninha pra comprar as coisinhas que deseja tanto. Coisinhas bobinhas, que custam sua juventude, sua paz, sua vida. Mas ele continua.
Estou batalhando pra sair do escritório. Acredito no que faço por aqui, mas acho que posso ser melhor. Então trabalho durante o dia, e depois trabalho mais em casa. Uma luta pra ir pra frente, que ele não entende. Mas ei sei porque faço tudo isso. Falta a paixão. Mas vou encontrá-la. Acho que nunca serei como a mulher acima, mas terei mais do que essas pessoas que vejo todos os dias no metrô. Porque sim, porque quero.




Bruna 2:08 PM

segunda-feira, junho 14, 2004


Passei o final de semana trabalhando, trabalhando. Botei tudo que eu tenho da Karina online. Scaneei milhões de fotos da Hally. Consegui uma nova cliente. Depois deu uma dor de cabeça do cão, porque comecei a pensar, e vi que não tem como ter tempo de fazer todos eles, e dar a atenção que eles merecem. Mas estou feliz de ter esses trabalhos, muito feliz.
O cliente chato, fora ficar mais chato ainda, agora quer abrir um negócio comigo. Eu mereço!
Vou fazer meu curso de Flash, vou batalhar, e um dia saio desse escritório, e vou conseguir viver disso.




Bruna 11:18 AM

quinta-feira, junho 10, 2004


Sobre clientes chatos...

Todo mundo lida com gente chata, eu sei. E não é o fim do mundo. Mas adoro reclamar, e esse cara merece um post.

Ele conseguiu meu número por uma amiga. Queria um site. Ligou, e nos encontramos. Ele parece que mora no século passado. Todo empertigado. 40 anos, solitário. Talvéz por escolha, talvéz não. Fotógrafo. Vem de família rica, mas como não trabalha, não sobrou muita coisa pra ele.

Tem boas ideias. Quer um site bonito, limpinho, bem feito. Me deu muitas imágens pre-preparadas. Quer que eu fabrique um site exatamente exato. Do jeito que ele pediu. Tem traços que têm um quarto de pixel de largura. Meio pixel não serve. Me mostrou sua maquette no photoshop. Explicou quantos pixels tinha entre cada imágem e a borda. Ele quer um monte de gadgets flash. Disse que ainda não sei usar flash, mas que vou aprender. Ele disse que esperaria.

Ele me liga todos os dias. Manda em média 5 e-mails por dia. Se eu não apareço no msn, ele me manda um e-mail perguntando porque. Se apareço, ele manda recadinhos tão compridos que tem que serapá-los em dois, porque não passam de uma vez só.

Dei uns chega-pra-lá, explicando que trabalho tempo integral. Que se não trabalhasse ele estaria pagando um salário pra mim. E que se ele quiser, pode me dar o equivalente do meu salariozinho, que eu peço demissão agora, e me dedico aos sites tempo integral. Ele ficou quieto meio dia. Depois começou tudo de novo.

Uma vez por semana, ele me manda recados dizendo que vai desistir de tudo. Que ficou complicado demais, e que não tenho tempo sufuciente pra me dedicar à seus desejos. Explico que já passei muitas horas trabalhando com ele pra jogar tudo pela janela. Acalmo suas dúvidas, dou carinho e atenção, e ele se acalma.

A última crise foi sobre o nome do domínio. Encontrou uma agente de fotografia que não aprovou do seu domínio. Ficou arrasado, acabado. Expliquei, com paciência que podemos comprar todos os nomes que ele quiser, e re-direcionar todos eles ao mesmo site. Mais uma vez, ele se acalmou.

Não entendo como um homen crescido desses necessita de tanta atenção, e tem tanta falta de confiança. Não entendo porque eu não o mando pastar. Mas quero esse site. Vai ficar realmente bonito. E quem consegue trabalhar com ele, consegue trabalhar com qualquer pessoa do mundo!




Bruna 11:30 AM

quarta-feira, junho 09, 2004


e de uma hora pra outra, começou a chover
nesse sol e calor.
de uma hora pra outra, ele resolveu aparecer
com as mesmas histórias de sempre
mas dessa vez, diferentes.
a vida muda, cresce, amadurece
mas na verdade, tudo sempre fica igual.
nada mudou.




Bruna 3:38 PM

terça-feira, junho 08, 2004


Leitura recomendada:
Estaçao Carandiru, do Drauzio Varella. O filme saiu agora pouco em Paris. Ainda não vi, mas o livro é maravilhoso, it goes without saying. O homen consegue contar histórias super pesadas, tristes e gore, de uma maneira leve. No final gostamos dos criminosos, torcemos por eles, e acreditamos na inocência de todos. Fora que o livro vem com ótimas fotos...




Bruna 3:00 PM


Ontém faltei na capoeira. Tinha que dar um jeito num site de um cliente muuuuuuuuuuuuito chato, que não para de pegar no meu pé. Consegui fazer um pouco de progresso, mas claro que o servidor está fora do ar agora, e não temos como ver o que eu fiz. Claro.
Depois juntei toda a corágem que me sobrou, e fui correr no parque. Dilicia. Fazia tempo que não corria. E corri bastante, mais rápido do que o fazia antes. Capoeira não serve somente pra passar vergonha! O parque está bonito, cheio de gente correndo, tocando violão e passeando. Cada volta que eu dava no lago tinha uma parte com música do Bob, jazz, etc. E o calorzão no final do dia que estava se acalmando...




Bruna 12:32 PM


Esse bloguito anda meio abandonado, ultimamente. Poverino. A minha vida anda meio abandonada.... Não tenho muito tempo no trabalho, ou em casa.. Assim é a vida. Clientes chatos, o povo em pânico no trabalho, e sol lá fora. Compreende-se.




Bruna 12:16 PM



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