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terça-feira, setembro 30, 2003


bom mesmo seria... năo ter medo da saudade.
acho que faria muita coisa de uma outra maneira.




Bruna 3:52 PM


Vou-me embora viajar ŕ trabalho. Viajar ŕ trabalho é uma coisa muito engraçada. Viajar é bom, sempre. Todo mundo sabe disso. Mas viajar ŕ trabalho é outra história. Primeiro que colocam a gente em hotéis super glamour. Hoteis em que nunca ficaríamos por vontade própria. Aqueles lugares onde vem 25 carinhas querendo carregar a tua mala pequenininha super glamour, que realmente năo precisa ser carregada. E tem recepcionistas com sorrisos amarelos, que sempre arramjam problemas com a tua reserva, pra poder resolvę-los de uma forma rápida e eficiente. Tem quarto bonito onde vem gente bater na tua porta quando vocę estava feliz, relaxando na banheira super glamour, pra insistir no "turn down service". Que porra de service é esse? Olha só. Tem uma pobre pessoa que é paga pra bater de porta em porta do hotel, pra virar o cantinho do teu lençol. Pra vocę poder entrar numa cama numa boa, caso tenha dificuldades com essas coisas. Tento explicar que năo precisa. Mas fica complicado.
Depois vocę sai do hotel glamour, com tua roupa amassada da mala, tendo que fingir que vocę é uma pessoa glamour. E sai na rua, correndo, pra entrar em trem sujo, e chegar atrasada porque năo conhece o caminho, e suada porque tem que carregar um monte de catalogos. E sorrir, fazendo cara de simpática e entendida.
Depois, cansada de tanto glamour, tenta-se econtrar um lugar prático para se comer um sanduíche, e poder sentar quietinha e ler um livro.
E dar uma volta pra poder conhecer uma cidade um pouco melhor, e poder dizer que năo ficou no quarto do hotel assistindo MTV.
Ŕs vezes tudo anda ŕs mil maravilhas. Mas ŕs vezes você fica com saco cheio de morar numa mala, e carregar tudo nas costas, e ficar sozinha, e ter que fingir que é glamour.
Mas vou pra Londres, que é foda de maravilhoso, e vou ver meus amiguinhos de lá, e vou esquecer de ser glamour... Até a próxima reunião...




Bruna 1:58 PM


Ter um blog é muito cafona. Cafonérrimo. Acho o fim. Por isso que năo falo pra (quase) ninguém. Mas năo adianta, porque as pessoas descobrem, e contam pras outras. De maneiras e por razőes legais, ou horríveis. Mas por aí vai.
Mas hoje estou lendo uns blogs muito legais. Engraçados, que contam historinhas cotidianas bobas de uma maneira muito... maneira. Entăo, ŕs vezes, até que é legal ser blogueira cafona!




Bruna 1:22 PM


Super Stef Express Delivery Services!
Ele achou minha música perdida. As coisas mudaram, e as coisas ficaram na mesma. A minha vida foi pra frente, mas tudo ainda faz sentido. Chorei de novo. Acho que vou chorar toda vez que ler isso. Thank you, Stef!



--Pipoca Doce--

Quero te ver amanhecendo
Faca do ceu o teu terreno
Pois a terra eh sua, e ja esta ai.
So falta agora o comeco do meio do fim.

Guerra, nao tem vez
Ponha na rua os sapatos do fregues
Que te fez chorar
E que capturou a sua paz, a sua paz.

Mas nao rompa o fio da dor
Pois ela queima, queima
E escolha direito o dia
Que voce quer ter
-Quero ver voce sorrindo

Sei que gosta de sal na pipoca
Mas a tua vem doce tambem
E nao importa o pensamento
Pois os seus sao do bem.

Quero te ver sorrindo,
Quero te ver sobrevoando.

Basta saber que o vento vem,
Traz e leva, leva.

Foi o vento que trouxe voce pra mim,
E a nossa amizade eterna, tambem foi o vento sim,
E a beldade sol, maravilha das estrelas
E os campos de Margarida.

E o abrigo que voce fez
Para as flores do bem e
As flores do mal que
Te fizeram tao triste, tao triste.

Mas nao culpe somente a dor
Pois ela tema, tema.
Soh escolha direito o dia
Que voce quer ter
-Quero ver voce sorrindo.

Sei que gosta de sal na pipoca
Mas a tua vem doce tambem
E nao importa o pensamento
Pois os seus sao sempre do bem.

Quero te ver sorrindo,
Quero te ver sobrevoando.

Basta saber que o vento vem,
Traz e leva, leva.




Bruna 12:18 PM

segunda-feira, setembro 29, 2003


Onde estăo meus arquives?!?!??? Sumiram! Maldito mundo cybernético... Estava com saudades da música que Stefan me escreveu. Mas ela se foi nos arquivos desaparecidos...




Bruna 9:29 PM


Pensando sobre:
tristeza, depressăo
dilemas
diálogos em monólogos
homosexualidade
ciúme, insegurança
preconceitos...

Queria ter o tempo e o talento para escrever sobre tudo isso...




Bruna 4:07 PM


Amanha, começam as viagens. Duas semanas passadas em hoteis, sozinha. Londres, Bruxellas, Istanbul. Quando tudo que eu queria era pegar um aviăo pro Brasil.




Bruna 10:28 AM


Pensando nos dilemas que direcionam (ou năo) minha vida nesse momento, lembrei de um poema da minha infância. Ele era meu favorito, num livro grande, ilustrado, que minha măe lia pra mim antes de dormir.

Ou isto ou aquilo

Ou se tem chuva e năo se tem sol,
ou se tem sol e năo se tem chuva!
Ou se calça a luva e năo se pőe o anel,
ou se pőe o anel e năo se calça a luva!
Quem sobe nos ares năo fica no chăo,
Quem fica no chăo năo sobe nos ares.
É uma grande pena que năo se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo dinheiro e năo compro doce,
ou compro doce e năo guardo dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Năo sei se brinco, năo sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas năo consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

Cecília Meireles




Bruna 10:16 AM

domingo, setembro 28, 2003


É... Acho que fiz tudo o que poderia ter feito.
Ŕs vezes isto năo basta.
Mas ŕs vezes năo tem mais nada que a gente possa fazer...




Bruna 4:11 PM

sábado, setembro 27, 2003


"... des fois, tu t'emmerdes..."
Palavras sábias de Haled em sua passada em casa essa noite.




Bruna 10:17 PM


acoredei rodeada de melancolias
percebi que minhas fantasias
năo passam mesmo disto.
uma sequęncia de sonhos
ideias bobas.
vontades que nunca serăo
verdades.




Bruna 5:09 PM

sexta-feira, setembro 26, 2003


Amina Lawal venceu a apelaçăo contra pena de apedrejamento...




Bruna 3:45 PM


Tirei um monte de fotos das obras do Chico:



Esse fim de semana, vou re-trabalhar tudo e montar as novidades do site. Ele pintou um monte de coisa nova, desde a última vez. Está com o cabelo compriiiiiido, cheio de cachinhos. Se fosse loiro, seria um anjinho!




Bruna 3:24 PM


Ô mania de ficar checando o que estou fazendo. Se năo tenho o que fazer no escritório, ou se năo estou ŕ fim de fazer porra nenhuma, problema meu!




Bruna 2:29 PM


Erra uma vez

Nunca cometo o mesmo erro
duas vezes
já cometo duas tręs
quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez


Leminski




Bruna 1:47 PM


love is a dog from hell...

só vocę, Bukowski, é capaz...




Bruna 1:19 PM

quarta-feira, setembro 24, 2003


O bróde do roomeite chegou...




Bruna 5:31 PM


Ô soninho. Está me faltando várias horas de sono. Ontém cheguei em casa tarde, teve jantar (crępes) na casa da minha colega, com um monte de gente. Hoje vou ver o Chico, e fotografar as novas pinturas dele. Amanha trabalho até as 23h00. Só queria minha caminha...




Bruna 5:31 PM


ei, vocę! năo sabe do que estou falando? năo tente interpretar... năo adianta, vocę năo vai entender. pergunte, que eu explico.




Bruna 10:22 AM

terça-feira, setembro 23, 2003


Odeio aqueles e-mails que dăo a volta ao mundo, pedindo assinatures e tal, e que vocę deve mandar aos amigos, empesteando o e-mail de todo mundo. As pessoas assinam essas coisas sem nem saber do que se trata.
Hoje recebi um desses. Dessa vez, vem da Amnesty International, e năo tenho dó de fazer propaganda. Amnesty é uma organisaçăo que merece o maior respeito. Assinem:

http://www.amnesty.org.au/e-card/petition.asp

The Nigerian Supreme Court has upheld the death sentence for Amina Lawal,condemned for the crime of adultery on August 19th 2002, to be buried up to her neck and stoned to death. Her death was postponed so that she could continue to nurse her baby. Hearing on her Execution is now set for 25 SEPTEMBER 2003. If you haven't been following this case, you might like to know that Amina's baby is regarded as the 'evidence' of her adultery. Amina's case is being handled by the Spanish branch of
Amnesty International, which is attempting to put together enough signatures to make the Nigerian government rescind the death sentence. A similar campaign saved another Nigerian woman, Safiya, condemned in similar circumstances. By March 4th the petition had amassed over 2,600,000 signatures. It will only take you a few seconds to sign Amnesty's online petition.




Bruna 1:51 PM


Ui! Ontem voltei a correr. Agora que o verăo está acabando, preciso aproveitar a luz no final do dia. Também preciso ficar mais ou menos em forma, pra voltar pra Capoeira!! Năo corria desde minha volta do Brasil, em Junho. Estava quente demais nessa terra, e depois, fiquei com a cabeça cheia de porcaria. Agora năo tenho mais desculpas. Até que consegui correr bem. Achava que hoje ia doer todos os músculos, mas por enquanto, estou bem. Diz a Giulia que demora 24 horas. Derrepente hoje ŕ tarde vou começar a andar como uma velhina! Mentira! Está doendo tudo, tudinho!!!!

Os telefonemas noturnos recomeçaram. Năo sei, năo. Essa história está ultrapassando os meus limites.




Bruna 9:39 AM

segunda-feira, setembro 22, 2003


Ô santo! O Chico escreveu um livro, e ninguém me avisa? Estou exilada nessa terra distante, alguém precisa me informar dessas coisa. Budapeste? Preciso possuir esse livro.
Meu maior momento de glória na vida: vários anos atrás, quando trabalhava (era pobre, e morria de fome) no Deux Magots, como "hostess", entra o Chico com uma das filhas (uma atriz maravilhosa - não sei como se chama). Os garçons năo estavam nem aí. (Quando o Raí foi tomar um café uma tarde, foi o maior escândalo). Deve ser bom ser o Chico, e poder tomar um chocolate quente com sua filha, sem as pessoas encherem o saco. Entăo fiquei quietinha no meu canto, dando uma de francesa desinformada. Só implorei ao garçon pra tratarem bem o moço (eles săo muito grossos, naquele lugar). E quando eles foram embora, abri aquele sorrizăo e disse "tchau, voltem sempre" em portuguęs. Glória, glória. Me controlei, năo me joguei aos seus pés. Sou uma menina civilizada.





Bruna 2:37 PM


Ô ignorância. Mandei o texto da traduçăo toda terminada pra moça dona diretora do filme, eu me achando a gostosa. Recebi uma resposta dela, assim, "muito obrigada pelo ótimo trabalho, mas, euh... cadę?" É, bom, seguinte... esqueci de botar o texto no e-mail. Duh! Agora estou no trabalho, e minha obra de arte ficou em casa. Ela vai ter que esperar.
Fui jantar na casa dela, sexta feira. Dei muita risada, muita mesmo. Um monte de gente tipo, cineastas, escritores, publicitários, e eu. Gracinha!
E no dia seguinte, ressaca. Champagne é foda.




Bruna 2:23 PM


Organisando minhas viagems de trabalho: Londres, Bruxellas (argh) e Istanbul. Londres vai ser tranquilo, vou ver vários amiguinhos durante minha estadia. Odeio a Belgica. Fiz de tudo pra năo ter que passar a noite naquele lugar, mas năo vai dar certo. Eca. E depois Istanbul, cidade maravilhosa. A unica coisa é que vou passar quase uma semana lá, e sozinha. Ficar em cidades maravilhosas onde năo se conhece um único ser humano é foda.




Bruna 10:12 AM


Segunda feira de manha, clássica. Sono, saco cheio. Sem inspiraçăo pra trabalhar, irritaçăo. Estou confusa. Leio os blogs que encontro por aí, e achei um texto legal, lá na minha chará.

Clarice Lispector

"Năo entendo. Isso é tăo vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas năo entender pode năo ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando năo entendo. Năo entender, do modo como falo, é um dom. Năo entender, mas năo como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e năo entender. É uma bençăo estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietaçăo: quero entender um pouco. Năo demais: mas pelo menos entender que năo entendo."




Bruna 9:57 AM

domingo, setembro 21, 2003


Sofrendo por antecedęncia, porque dizem que o verăo está realmente terminando... Esse fim de semana, com sol e calor, fiquei preza em casa. Terminei a traduçăo do longa da moça. Quase que desisti de tudo, por alguns dias. Mas está feito. Gostei muito do filme. Falta terminar a montagem, conseguir patrocínio, colocar a música, etc. Mas vai ser foda. Um dia desses, aparece aí, no cinema. E um dia desses, com um pouco de sorte, também vou ser paga pelo trabalho!




Bruna 4:59 PM

sexta-feira, setembro 19, 2003


(voce se engana. năo sou porto, năo. sou o barco. năo fico parada esperando vocę voltar. vou junto.)




Bruna 3:15 PM


Indo contra as boas indicaçőes da minha irmă (que entende muito bem dessas coisas), resolvi ler Sylvia Plath. The Bell Jar. Livro sobre sua primeira tentativa de suicídio, e sua temporada no hospício, depois de sua recuperaçăo. Entendi porque minha irmă foi contra. Me afoguei no livro. Achei que năo seria possível sair dali nunca mais. Entrei no seu universo inteiramente.
Ela se matou aos 30 anos, em 1963.

Mad Girl's Love Song

I shut my eyes and all the world drops dead;
I lift my lids and all is born again.
(I think I made you up inside my head.)

The stars go waltzing out in blue and red,
And arbitrary blackness gallops in:
I shut my eyes and all the world drops dead.

I dreamed that you bewitched me into bed
And sung me moon-struck, kissed me quite insane.
(I think I made you up inside my head.)

God topples from the sky, hell's fires fade:
Exit seraphim and Satan's men:
I shut my eyes and all the world drops dead.

I fancied you'd return the way you said,
But I grow old and I forget your name.
(I think I made you up inside my head.)

I should have loved a thunderbird instead;
At least when spring comes they roar back again.
I shut my eyes and all the world drops dead.
(I think I made you up inside my head.)




Bruna 12:07 PM

segunda-feira, setembro 15, 2003






Bruna 9:30 PM


...










Bruna 8:04 PM


me enganei. estava vivendo um sonho. essa noite, sonhei com a realidade. entendi o meu erro.




Bruna 9:53 AM

sexta-feira, setembro 12, 2003




O problema dos bidis é que săo dificeis de ascender...




Bruna 9:25 PM


Como comemoraçăo do dia 11 de Setembro, hackers entraram no sistema da minha faculdade. No trabalho, tudo bloqueado. Passei os ultimos dois dias sem internet, sem e-mail e sem acesso a base de dados no trabalho. E por causa de problemas de política interna, estăo demorando pra consertar o estrago. Dias inuteis.




Bruna 9:19 PM


O que estou fazendo da minha vida?




Bruna 8:52 PM


Rodrigo encontrou um texto muito bom do grande Millôr Fernandes. Palavrőes.
Aprendi a falar palavrőes com minha măe. Alguém conhece uma măe que ensina os filhos a falarem palavrőes? Pois é. A minha é uma peça rara.
Quanto nos mudamos pra Inglaterra ela decidiu que podia falar todos as coisas que nunca pode, porque ninguém entedia. Quando percebeu que Londres estava lotado de brasileiros, era tarde demais. O vocabulário dela já estava impregnado. Năo tinha mais jeito. Alguns anos depois, quando voltamos ŕ Săo Paulo, ela disse "Foda-se!". Resolveu que năo mudaria suas maneiras, só porque as pessoas poderiam achar feio. Entăo cresci com isso, e como todas as crianças, adotei as maneiras da minha măe...




Bruna 8:41 PM


O final de uma semana sem fim chegou. Nina Simone me faz compania, enquanto espero a vida tomar decisőes que deveriam ser minhas. Mas as decisőes năo me pertecem mais. Pacięncia, mais uma vez.




Bruna 8:32 PM

quinta-feira, setembro 11, 2003


Semana vazia, que está pra acabar...




Bruna 10:13 PM

terça-feira, setembro 09, 2003


É isso aí. Acabou-se mais um dia. Foi medo, medo, desespero. E espera. Mastiguei todas as minhas unhas. E agora, no final, o que sobrou? Um bidi fedorento que me deixa alta, uma pinga, e pacięncia. Porque um dia... um dia, tudo vai acontecer. Mas até lá, mais espera. Năo possuo pacięncia. Isso năo existe. E năo sei esperar. Ninguém me ensinou. Vou dançar no Queen, e vou terminar um site lindo (pour une fois), e vou-me embora daqui!




Bruna 11:19 PM


Nada pessoal, o abaixo. Mas achei bonitinho...




Bruna 4:16 PM


Crônica de Amor...

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e năo- fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor năo é chegado a fazer contas, năo obedece a razăo.
O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunçăo estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fă do Caetano.
Isso săo só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Vocę ama aquela petulante.
Vocę escreveu dúzias de cartas que ela năo respondeu, vocę deu flores que ela deixou a seco.
Vocę gosta de rock e ela de chorinho, vocę gosta de praia e ela tem alergia a sol, vocę abomina o Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocęs combinam.
Entăo?
Entăo que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, vocę adora brigar com ela e ela adora implicar com vocę.
Isso tem nome.
Vocę ama aquele cafajeste.
Ele diz que vai e năo liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário.
Ele năo emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha.
Ele năo tem a maior vocaçăo para príncipe encantado, e ainda assim vocę năo consegue despachá-lo.
Quando a măo dele toca na sua nuca, vocę derrete feito manteiga.
Ele toca gaita de boca, adora animais e escreve poemas.
Por que vocę ama este cara?
Năo pergunte para mim.
Vocę é inteligente.
Lę livros, revistas, jornais.
Gosta dos filmes os irmăos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem o seu valor.
É bonita.
Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar.
Independente, emprego fixo, bom saldo no banco.
Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Vocę tem bom humor, năo pega no pé de ninguém e adora sexo.
Com um currículo desse,criatura, por que diabo está sem um amor?
Ah, o amor,essa raposa.
Quem dera o amor năo fosse um sentimento, mas uma equaçăo matemática: eu linda + vocę inteligente = dois apaixonados.
Năo funciona assim.
Amar năo requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC.
Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos tem ŕs pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida!

Roberto Freire




Bruna 4:15 PM


Ontem, durante minhas longas e torturadas horas de insomnia, levantei pra pegar um pote de sorvete. Na sala, a tv estava ligada, sem som. Na ida ŕ cozinha, vi uma moça morena, lindíssima, com cabelos enrolados, e lábios carnudos. Na volta, tinha um belo senhor, com o rosto enrugado, cabelos grisalhos, e incríveis olhos azuis. O senhor estava comendo, se lambuzando de jabuticaba. Parei pra olhar. O senhor me lembrava do meu avô, pai do meu pai. Avô francęs, que morreu de cancer durante minha adolescęncia. Parei pra olhar o senhor, porque levei um susto. Năo sei mais que cor eram os olhos do meu avô. Será que eram meio cinzas, como os do meu pai? Ou mais escuros? Ou até castanhos? Năo me lembro. Mas como posso năo me lembrar dos olhos de uma pessoa tăo importante?
Se meu avô estivesse vivo, seria um grande amigo hoje em dia. Ele tinha as mesmas ideias meio "subversivas" que tenho hoje em dia. Foi fundador de uma comunidade de malucos, que viviam no Paraguai, sem dinheiro, sem ajuda externa, sem nada. Era pacifista ao extremo, sem discussőes. Foi preso por causa disso, e fugiu de sua terra natal aos 18 anos, para onde nunca mais voltou. Tinha as mesmas ideias que tenho sobre religiăo, casamentos, homosexuais, violęncia, medicina, educaçăo, etc. Só que na época em que era vivo, eu nem pensava nesses assuntos. Pena. Meu avô seria um grande amigo.




Bruna 2:49 PM


Percebe-se que estou passando o dia lendo besterias na internet. Năo fiz nem um pingo de trabalho. Năo sou capaz. Hoje meus pensamentos moram longe daqui. Moram numa cidade do nordeste do Brasil, que ainda năo conheço.




Bruna 2:21 PM


Excelente! Nunca entendi essa história de subir em sapatos com saltos. O corpo humano é aquela máquina incrível, que funciona tăo quase perfeitamente, um mistério e um milagre ao mesmo tempo. Entăo, se os pés foram feitos sem salto, tem alguma razăo para vesti-los?




Bruna 2:17 PM


Um texto lindo aqui.




Bruna 9:38 AM

segunda-feira, setembro 08, 2003


Segunda feira, de volta ao trabalho. Uma correria sem fim... Passei um final de semana legal, tranquilo. E ontem ŕ noite fui encontrar minha irmă, na esquina em frente ao Institut du Monde Arab. Quando cheguei, ela não estava. Não estava porque na mesma esquina tinham vários caminhões de bombeiros, polícia e ambulâncias. Estava caminhando em direção ao lugar marcado, olhando pra lua maravilhosa no céu, pensando em coisas lindas que andam acontecendo na minha vida. Não prestei atenção ao que acontecia em baixo do meu nariz. Tinha uma mulher jogada no chão, morrendo. Morrendo alí, na esquina, na frente dos pedestres, do transito, da lua. Na minha frente. Todos as pessoas dos caminhões estavam tentando reanimá-la. Respiração artificial, coração, etc. Como no cinema. Eu não sei lidar com essas coisas. Eu não reajo bem aos acidentes, mortes, etc. Fiquei congelada, sabendo que não seria legal olhar, mas querendo, desesperadamente ter a confirmação que a moça ia sobreviver. Aquela reação meio feia, muito humana, que leva milhões de espectadores ao cinema assistir "Titanic", onde passamos várias horas vendo centenas de pessoas morrendo. Encontrei minha irmã, que estava esperando um pouco mais longe, no final do quarteirão. Me levou embora, sendo que me conhece bem, e sabe que eu ficaria grilada. Conversamos sobre a morte, sobre nossas reações. Ela fica numa boa. Usa a situação para reavaliar a sua vida, dar o devido valor às coisas que ela esta vivendo. Eu não consigo ter reações tão nobres. Eu quero saber se a moça está viva ou morta, saber o que aconteceu, o que vai acontecer. Porque eles passaram tanto tempo tentando reanimá-la? Se o coração não começa a bater sozinho logo, adianta alguma coisa ficar lá tentando? Minha irmã me arrastou pra longe, passeamos, vimos um grupo de salsa, um grupo de tango, um grupo de capoeira, e uma exposição muito ruim nas margens do rio. Voltamos, pra encontrar os malucos que moram com ela, numa loja de crepes. Passamos de novo na frente da moça. Não dava pra ver grande coisa, porque estavam todos ainda no mesmo lugar. Acho que ela estava viva. Espero que sobreviveu. Espero que não teve sequelas por falta de sangue no cérebro. Espero que vai poder continuar sua vida numa boa. Espero que aquela imágem não vai permanecer impregnada na minha mente pra sempre. Espero que a sensação horrivel que ficou em mim vai passar.




Bruna 2:03 PM

quinta-feira, setembro 04, 2003


As pessoas que eu respeito, amo, tenho amizade, pessoas da minha família
tęm o poder.
O poder de me machucar, o poder de me mudar.
O poder de me fazer feliz.

Pessoas pelas quais năo tenho amizade, respeito ou interesse
năo tęm o poder.
De nada.
Năo podem me fazer mal.
Porque năo me importo.




Bruna 3:37 PM


Ŕs vezes experięncias que năo compreendemos viram dor.
Dor vira raiva.
Raiva que năo se expressa toma conta do corpo.
Vira doença, física ou psicológica.

Por isso, muitas vezes escrevo sobre as coisas que năo entendo, ou as coisas que me doem, e que me causam raiva.
Muitas vezes essas coisas mudam, com o tempo, com um comentário de alguém, com uma explicaçăo.
Mas o que eu escrevo fica.
Mesmo se năo for verdade no presente.
Fica porque escolhi deixá-los onde estăo.

Eu moro num universo contraditório. Transitório.
Eu mudo de idéia.
As verdades mudam.




Bruna 3:37 PM


Meus tręs guias em Delhi... Năo săo lindos?





Bruna 11:33 AM


Passei a noite em claro, praticamente.
Estou como uma zombie.
O pessoal no escritório estressando loucamente.
Cada um com seu draminha pessoal.
E eu dormindo em pé.
Mas vale a pena, tudo vale a pena.
Falei, ouvi, aprendi, entendi.
Tenho até liçăo de casa...




Bruna 11:11 AM


I have something for you.
I don't know what it is, but it knows itself and it knows you. It waits for you.It's yours, I think.
I noticed it soon after I noticed you.
It fought its way across my life and lay in waiting for some way you are, some thing you say, a heat you have.
This thing knows you, it names you, it longs to be near you.
Oh, I tried to give it a piece of my mind, but it ate that piece and smiled.
It has me and it wants you.
I drive it around, try to lull it to sleep, but it refuses to listen to the strange music of reason.
Instead, it sings your praises, looks for you in other people's faces. Recalls you, involves me.
It's all very distressing.
I have something for you.
A big corny thing with me inside it, stunned, waiting for the shoe to drop.
A thing for you that has taken me hostage and asked for you in ransom.
It made me write this note.

Carrie Fisher




Bruna 10:55 AM

terça-feira, setembro 02, 2003


Meus queridos dias de TPM... Converso com um desconhecido no ICQ, e bate uma tristeza do tamanho do universo. Somente porque conversei com um desconhecido simpático que mora na janelinha do meu ICQ. Meus colegas saem pra almoçar juntos. Sem eu. Paranóia. Tenho certeza que estăo fazendo isso para comparar histórias sobre todos os meus erros e minhas gafes. E sono, muito sono. Durmo 10 horas por noite, e acordo de ressaca. Espero um e-mail, e abro meu outlook 5 vezes por minuto, porque sei, sei com certeza absoluta, que uma mensagem que vai mudar minha vida, está pra chegar, pra acabar com essa caręncia. Só que ainda năo chegou. E tenho a certeza que isso tudo vai acabar loguinho, loguinho. Com sangue e dores de cabeça infernais. Que delícia, a vida de uma mulher.




Bruna 2:46 PM


Tipicamente Francęs...
Ontém, depois de ter trabalhado o fim de semana todo, achei que precisaríamos de uma forcinha para nossa segunda feira no escritório. Fui comprar umas comidinhas no padeiro aqui do lado, com minha colega. Chegamos lá, e contamos onze pessoas no escritório. Pedimos um pra cada, metade em croissant, metade em pain au chocolat. A moça da padaria, toda sorridente, explicou que só tinha poucos pain au chocolat. Perguntei quantos, e ela contou: cinco. Otimo, eu disse. Entăo queremos esses cinco, e seis croissants. A moça fez uma careta bem francesa, e disse "C'est pas possible". Hein? Ela explicou que năo podia vender todos. Tinha que guardar alguns para seus "clientes". Olhei para minha colega. Clientes? E nós somos o quę? A moça trabalha numa padaria. A finalidade de padarias (a năo ser que eu esteja muito enganada) é de vender. Se ela tem 5 pain au chocolat e nós queremos esses 5 pain au chocolat, e estamos com dinheiro na măo, porque năo podemos comprá-los? Non, c'est pas possible. Tudo bem, compramos 3, e os resto em croissants. E ela guardou os 2 para seus "clientes".
Pode?




Bruna 10:23 AM

segunda-feira, setembro 01, 2003


Ontem, no jantar, esperimentei um vinho de 1979!!! Imagine só, eu tinha 4 anos quando essa garafa foi feita... Minha ignorância sobre essas coisas fez com que năo notei grande diferença no gosto, mas vale a pena notar: bebi vinho que era quase tăo velho quanto eu. Só na França amigos tęm mania de servir delicadezas dessas!




Bruna 4:18 PM


Estou lendo "The God of Small Things", da Arundhati Roy. É, esse mesmo. Que todo mundo já leu anos atrás, ou que năo văo nunca ler porque năo existe em portuguęs (será? Se alguém souber, me avisem!). Mas enfim, estou meio defasada, mas estou lendo agora. Talvez seja minha atual inspiraçăo indiana, ou talvez seja o fato da mulher ser um gęnio, mas estou adorando. Muito bem escrito, maravilhoso. Fora o fato dela ter a vida que eu sempre quis. Maravilhosa, linda, de cair de quatro, inteligente, arquiteta, designer, escritora. Enfim, quem tiver a oportunidade de ler essa obra, leia!





Bruna 12:58 PM



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