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sexta-feira, fevereiro 27, 2004


Os Self-Help books...

Um dia minha măe, uma mulher forte e inteligente, foi ler algum livro self-help. E viciou-se. Foi imediato. Sabe aqueles americanos, cheio de besteiras? Aqueles onde vocę aprende a fazer amigos, influenciar as pessoas, ficar rico, e se dar bem com o teu esposo. Conhece? Pois é.
Algum tempo atrás ela me apareceu com uma pérola clássica: Por que os homens fazem sexo, e as mulheres fazem amor? Esse era o título em portuguęs. Em ingles era melhor ainda: Por que os homens năo sabem ouvir, e as mulheres năo conseguem ler mapas?
Eu jurei pra tudo quanto era santo que năo ia ler essa porcaria. Pelamordedeus! Mas ela comprou um monte de cópias. Me deu uma, outra ŕ minha irmă, e mais năo sei quantas ŕs amigas.
E essa semana, terminei meu último livro, e -desespero- năo tinha mais nada pra ler. Fui mexer nas minhas coisas, e encontrei o tal livro. Bom, entre ler isso e ficar olhando pra cara feia dos franceses no metro, melhor ter um lugar onde enfiar o nariz.
Li alguns capítulos, e fiquei puta. Primeiro que eu sei, sim, ler mapas. E também sou capaz de fazer um monte de coisas que, dizem os autores, os homens fazem melhor. Mas eles também dizem que as mulheres săo muito melhores em um monte de outras coisas, que os homens năo sabem fazer. Algumas coisas super úteis. Por exemplo, as mulheres tem visăo periférica melhor, entăo săo capazes de encontrar a manteiga na geladeira, enquato os homens năo enxergam certas coisas que ficam bem na frente de seus narizes. (!)
Alguns dias atrás, enjoada de tanta babozeira, joguei o livro no fundo da minha estante, e resolvi olhar pras pessoas no metro. Afinal de contas, o povo năo pode ser assim, tăo horrível, certo?

E năo é que a porra do livro tinha razăo? (Minha măe sempre acerta. Se ela disse que tinha tudo ŕ ver, pode crer, tem. Ela sempre soube com quem eu ia ficar, antes de passar pela minha cabeça a mera idéia de dar um beijo em alguém. Ela sempre sabe das coisas). Pois é.
Hoje, chateada, chorando, liguei pra alguns amigos. Estou com um problema financeiro, ligado a um ex-grande amigo. A grana é de menos. Afinal das contas, grana sempre falta. Isso năo é novidade. Mas estava realmente chateada com o fato de alguém que eu admiro tanto, me colocar numa situaçăo de merda, de propósito. Enfin, problemas clássicos, que eu, chorona, contei aos amigos. Queria um apoiozinho moral, um pouco de pena e um carinho na cabeça. Só isso. Năo estava procurando soluçőes, porque nesse caso, elas năo existem.
O primeiro me inventou várias soluçőes jurídicas. Polícia, corte, advogados. E pronto, seria tudo resolvido. Voila. Eu fiquei de queixo caído. Ele me conhece, sabe que nunca sonharia em uma merda dessas. Ainda mais que mesmo legalmente, năo tinha fundamento nenhum. E eu disse tudo isso pra ele. O menino ficou bravo, disse que se eu estava ligando com um problema, e ele tinha uma soluçăo, porra, eu podia pelo menos escutar um pouco. Desliguei, me sentindo muito pior do que antes.
Pensei em outro menino, esse muito menos agressivo, mais calmo. Esse, sim, seria capaz de me entender. E năo é que ele também tinha uma "soluçăo": era só eu dizer o quanto estava faltando, que ele me faria um cheque, de "presente". Porra, mano! Fiquei puta da vida. E ele disse que estava na casa dos pais, e que teria que voltar pra sala, conversar com o povo, fazer uma social. Valeu, vai lá. Obrigada por tudo. E ele: viu como tudo tem uma soluçăo?
Ai.
E já meio desesperada, liguei pra minha irmă. (Quando estou chateada, ŕs vezes procuro realmente uma acessoria por telefone). Minha maninha ficou só dizendo que estava surpresa, que năo acreditava que uma pessoa (o ex-amigo) poderia virar um cara tăo imbecil em tăo pouco tempo. Pediu pra mim repetir a história. Se impressionou de novo. Fez algumas outras perguntas, pra bem entender a história. E disse que depois passaria aqui em casa, pra falar comigo de novo. Desligou.
Imediatamente me senti comprendida, e menos sozinha. E bem. Afinal de contas, tudo isso năo passa de um monte de draminha pessoal de pessoas sem preocupaçőes. Vai passar. Porque năo entendi isso tudo antes?
E como é que minha irmă, sem fazer proposiçőes e sugestőes de soluçőes, me fez sentir tăo bem?
Aí é que entra o bendito livro. Era isso mesmo que eles estavam falando.
Os homens buscam soluçőes práticas aos problems. As mulheres querem um apoio moral. Tudo se explica. Por isso que a gente năo se entende.
Ah.
Só năo fui até o final, pra aprender como viver em paz com esses homens, tăo idiotas!

Minha colega de trabalho me ofereceu um outro livro, muito bom, emprestado. Năo preciso mais olhar pras caras feias no metro, nem ler os self-help books!




Bruna 9:45 AM

quinta-feira, fevereiro 26, 2004


Cacá, de "Belzonti", se vocę passar por aqui, estou tentando faz tempo responder teu e-mail, mas o endereço năo funciona. Me mande um comment, com um endereço certo...




Bruna 1:49 PM

quarta-feira, fevereiro 25, 2004


Ontém, depois do trabalho, fui encontrar uma bela mocinha, na Parsons, pra conversarmos sobre o seu futuro site. Chegando lá, ela:
- Vamos encontrar as outras no bar.
Outras? Baaaaaaar?
Serăo 3, e năo 1, sites. Yeh!
E o bar... O bar virou extensăo do estúdio das moças. Elas pintam, e bebem. Ficamos no bar mais de quatro horas. E falamos sobre arte, sobre planos futuros, sobre amores. E bebemos. Muito vinho barato, e muito panaché (cerveja com limonada).
Bela noitada.




Bruna 11:25 AM


E-mails sobre aumento de penis, imagens ilicitas, etc. săo irritantes e desnecessários, mas eu até entendo. Agora e-mails assim, existem porque???

Re: JGLFI, and lindens rustled
inn diathesis creak permutation reservoir topnotch
slab airport bacterial integral cutoff gamecock confound
frankel atlantic doolittle anton sadler bloody prone ted


Objet: 9--Ci,.alice is super vyehagrah with NO side effects--sylvester
try shoreline upstand continuum acapulco
doorbell sibley driscoll cost deadwood utopian sparky caribou longstanding baldpate
crewmen omitted corroboree assort incandescent
administrable bindery hagen chevy
hilly attic assyriology eruption
septa bobcat homeostasis closeup gluey scene bijouterie




Bruna 10:11 AM

terça-feira, fevereiro 24, 2004


E mais um momento... capoeira...
Sexta feira teve aula com um professor de Montpellier, o Timbalada. Aula comprida e puxada, que parecia nunca mais terminar. Só no alongamento, ele quase que mata o povo todo. Mas foi bom, muito bom. Aprendi a fazer a ponte, ŕ partir de uma cocorinha. Queria ter mais aulas com ele. Quem sabe eu năo ficaria forte e musculosa como ele?!??!!
Ontém teve aula com o Zembla, e seus dreads até o joelho. Ele disse que na próxima aula, vai me arrebentar. Pra mim perder o medo. Vai me puxar pro canto, e jogar comigo durante muito tempo. Será que isso vai me fazer perder o medo? Acho que vai me fazer faltar em todas as aulas, até ele se aposentar!!!!




Bruna 11:19 AM

segunda-feira, fevereiro 23, 2004


Lá fora, está um frio do căo. Frio mesmo. Aquele frio chatinho. Cansativo. Mas tudo bem, nada disso é novidade. Quem nunca me viu reclamar do frio? Mas o engraçado é que a árvore em frente a minha casa está cheia de florzinhas. Viajou, coitada. Daqui a pouco văo morrer todas. Uma pena, porque elas săo bonitinhas, e ainda lembram da primavera. Ou será que a bendita vai chegar nessas terras mesmo?




Bruna 12:55 PM

quinta-feira, fevereiro 19, 2004


Tarde da noite, ontém, tocou o telefone. E năo entendi nada. Achava que era o despertador. Depois entendi. E conversei. E chorei, chorei, chorei. Bateu aquela tristeza que lava a alma. E tudo o que anda acontecendo esses dias veio pra fora. Chorei muito, mas a amargura foi embora. E amargura é a pior coisa que existe.




Bruna 2:07 PM


Technologia e internet na França:
Foi assim... Recebi, como todos os anos, a minha Taxe d'Habitation. Isso é um imposto (uma grana preta) que a gente paga pelo direito de morar algum lugar. Hum... Também năo entendo muito bem, mas tudo bem. Tem que pagar, eu pago. Mas a vida desse povo, que inventa impostos, năo deve ser muito interessante. Entăo eles inventam coisinhas, todo ano, pra mim. Esse ano a novidade foi me mandarem DUAS taxes d'habitation, como se eu morasse em dois lugares ao mesmo tempo. A primeira foi paga um pouco por mes, pra mim ficar com a impressăo que năo foi nada muito dramático. Quando terminei de pagar essa, chega a outra conta, maior ainda. Liguei pra mocinha, perguntando.
- Ah! Oui, effectivement...
- Sei, mas o que posso fazer?
Ela disse pra mim pagar essa segunda, e que eles me reimbolsavam a primeira. Faz sentido? Năo muito, mas tá bom, tudo bem. Fiz o pagamento por internet, que foi uma de suas sugestőes, por ser o método mais rápido.
Depois de um mes, pasme, fui ver na minha conta, e "effectivement", eles me mandaram a grada de volta. Uuuuuuuuuuuuuuuuhuuuu!
E năo é que agora, meses depois, recebo uma cartinha, dizendo que năo paguei a bendita Taxe, e que tenho que mandar a grana imediatamente, com uma bela de uma multa? Me poupem, gente boa!
Liguei de volta pra eles, agora meus amiguinhos. Expliquei.
- Aaaaaaaaaaaah! Mais internet??? Internet, c'est tres compliqué.
- ?????????
- On a eu beaucoup de problčmes avec internet.
- Tô vendo tio, tô vendo. Mas o que que eu faço?
Seguinte: eles (o governo da França, uma das maiores potencias da Europa, país de "primeiro mundo") năo sabem muito bem, mas essa história toda de internet năo deu muito certo. Entăo nós, pobres e desintendidos, temos que mandar o pagamento de novo (pra mim já é a terceira vez), pelo bom e velho sistema de correio, com uma cartinha, explicando ŕ eles que o sistema deles năo funciona. Pode?




Bruna 11:45 AM


La France se prepare ŕ des nouvelles canicules...
Canicule foi o calorzăo que deu no verăo passado, quando morreram centenas de velhinhos. E eles acham que vai começar de novo. O que eu năo entendo é de onde tiram isso. Lá fora está um frio insuportável, parece que está fazendo -10 graus. Que mané canicule o que?!?!??




Bruna 10:36 AM

quarta-feira, fevereiro 18, 2004


Nós, blogueiros de fora do Brasil, tivemos um susto essa semana. Vimos todos os nosso amigos, e alguns de nós também, bloqueados. Năo tinhamos acesso algum aos blogs no blogger.com.br. Tudo sumiu. As fofocas correram soltas, e parecia que era isso mesmo, e que era permanente. O povo se reuniu, e preparou um protesto. E plim, plim, a Globo (dono do blogger Brasil) colocou tudo de volta ao ar. Năo sabemos direito o que foi que aconteceu, mas agora, pelo menos por enquanto, temos acesso aos blogs queridos.
Por isso que desaparecemos, por isso que năo visitamos os amigos, etc. Mas estamos de volta! Pelo menos por enquanto, o tempo que a Globo colaborar.




Bruna 3:56 PM

terça-feira, fevereiro 17, 2004


Vai ter protesto contra as medidas absurdas do Blogger Brasil. Watch this space...




Bruna 10:58 AM

segunda-feira, fevereiro 16, 2004


A grande Luciana, fundadora do nosso querido Mundo Pequeno, tem dicas e ideias. Socorro!




Bruna 11:27 AM


Aaaaah, mais me poupe! Os blogs do blogger.com.br (globo) estăo sensurados! Nós, pobres brasilieiros perdidos pelo mundo afora, năo podemos mais acessar amigos com um blog desses. Só podem ser lidos por computadores dentro do Brasil. Pelamordedeus! Que decisăo imbecil é essa?




Bruna 10:53 AM

sexta-feira, fevereiro 13, 2004


Uma historinha sobre uma menina grávida, um comentário da minha colega, e começo a pensar sobre isso. Eu, solteira, chegando aos trinta, sou obrigada a pensar nessas coisas. Filhos ou năo filhos, eis a questăo. O que fazer?

Faz tempo, muito tempo, numa das minhas viagens ao Brasil, fui visitar a Febem, em Săo Paulo. Minha amiguinha, loira, meio sem ideias na cabeça, mas muito divertida, estava namorando um moço. Ele, bonito (olhos verdes), advogado, esforçado... Enfim, bom partido. Năo se pode perder um homen desses, certo, meninas? Pois é. Minha amiga năo estava querendo arriscar nada. Quando ele sugeriu uma visitinha ŕ Febem, ela aceitou. Resolveu me levar junto. Eu sou fácil, vou qualquer lugar, com qualquer um. Fui junto.

Fomos ŕ secçăo de crianças de rua, abandonadas. Dos zero aos 10 anos, acho. Filhos de drogados, prostitutas, ou simplesmente órfăos, abandonados. Minha amiga toceu o nariz. Que coisa é essa?

Entramos, num longo corredor, cheio de quartos. Os quartos tinham grandes janelas de vidro, por onde as visitas, curiosas, podiam espiar as crianças. Era um domingo tranquilo, solzinho gostoso, e perto do natal. A boa fé natalina tinha trazido algumas visitas, 4 ou 5 outras pessoas, que passeavam pelo corredor. Era hora de descanço, as crianças dormiam. Alguém tinha passado por cada caminha, algum office-boy do papai noel, pra deixar os presentes. Criança da Febem também tem direito ŕ presentes de natal. As meninas ganharam uma calcinha de algodăo, os meninos, uma cuequinha. Eles foram acordando, pouquinho a pouquinho. A alegria de cada um, ao encontrar aquele pedacinho de pano colorido ao pé da cama, era indescritível. Tanta emoçăo, gratidăo, e simples felicidade, me deixaram com um nó na garganta.

As crianças foram acordando, e saindo dos quartos. Vinham conversar com o pessoal no corredor. Os mais corajosos, menos tímidos, se jogavam nos nosso colos, seguravam os nosso pescoços. Muito carinho, a atençăo. Me sentia a mais bonita, mais amada do mundo. Elas contavam histórias, se aprensentavam, me levavam aos outros quartos, apresentavam os irmăos, primos, amigos. Me acariciavam os cabelos, pediam minhas pulseirinhas de presente. Me mostraram o refeitório, o banheiro (tomavam banhos frios, uma coordenadora segurava uma mangueira, e eles se ensaboavam), e o pátio (um quadrado de cimento, com uma cerca em volta).

Passei algumas curtas horinhas com essas crianças, de todas as cores, tamanhos, e personalidades. Depois voltamos pro carro da minha amiga, com ar-condicionado e CD. Fomos de volta ŕs nossas casas, nossas vidinhas protegidas e privilegioadas. Nunca mais voltei ao Febem. Nunca mais vi aquelas crianças. Mas nunca vou me esquecer delas. Ficou um quentinho no meu coraçăo, e lembrança de cada par de olhinhos, cheios de esperança, me olhando com tanto carinho.

Depois me perguntam quando vou ter filhos? Quando vou me casar com um moço bonito (de preferencia com olhos verdes), e quando vou comprar uma casa, e ter meus filhos, branquinhos, a cara dos pais? Meus filhos com meu DNA, com minha inteligęncia, e com as pernas fortes do pai? E năo entendem porque năo quero filhos. Năo preciso. Existem milhares de crianças nesse mundo, sem ninguém. Já foram previamente fabricadas. Pra que fazer mais? O dia que eu quiser passar o que eu tenho ŕ próxima encarnaçăo, adoto uma criança de rua, e passo minhas ideias, minha filosofia de vida. Ensino respeito, a vontade de aprender, e minha cultura. Porque ter o narizinho parecido com o pai, tia ou prima, estou pouco me fudendo!




Bruna 3:52 PM

quinta-feira, fevereiro 12, 2004


E por falar em ficçăo, a Paralelos está muito boa. Leiam, queridos amigos, leiam!




Bruna 5:41 PM


Meu Marlboro Light

Ascendo mais um cigarro, e procuro o garçom. Preciso de mais um gin-tonic. O café está deserto ŕ essa hora. Só os velhinhos alcoolicos que aparecem por aqui. Os desempregados, desocupados. E eu.
Na hora que ascendo o último cigarro, um pensamento passa correndo. Será que eu teria que parar de fumar, de beber? Mas logo, o alcool me desperta desse sonho imbecil.
O menino homen me fez engolir sua porra. E depois, algumas horas depois, esse mesmo líquido amargo, mágico, se enfincou no meu útero. Me pergunto, mais uma vez, porque que a responsabilidade é sempre minha. Filho vem de pai e măe. Fifty/fifty. Eu que carrego, antes de nascer, entăo vira responsabilidade minha? Porque?
No começo usávamos camisinha. Mas a história é sempre a mesma. Estica pra cá, puxa pra lá, aquela sensaçăo ruim, o cheiro de plástico. E ele:
- Deixa pra lá. Năo preciso desse troço.
If you say so, baby. Ele disse que năo precisava, e acreditei. Ele nunca perguntou se eu precisava.
Ele está atrasado. Mas tudo bem, eu espero. Tenho tempo, muito tempo. E a decisăo já foi tomada. Năo quero essa sementinha dentro de mim. A essas horas já deve ter crescido. Talvéz nem aparente mais uma semente. Vai saber. Nunca fui uma de me interessar por essas coisas. Esse problema nunca foi meu.
Afinal de contas, filho de um poeta perdido no mundo, com uma menina-ninguém, năo merece nascer. Pra que perder tempo com essas questőes que já foram respondidas, antes de serem perguntadas?
Mas a imaginaçăo, as idéias, os sonhos (esses filhos da puta) persistem.
Eu espero, e finalmente, ele chega. E nesse momento, eu resolvo. Năo vou dizer nada. Esse problema é meu. Ele năo vai opinar, e năo vai saber. Termino o meu cigarro, invento uma história qualquer, e saimos passear pelo bairro.


Ficçăo anônina




Bruna 3:26 PM


De vez em quando da aqueles 5 minutos. Eu năo me preocupo muito com cabelo. Aliás, năo cuido muito dele. Lavo um dia sim, um dia năo, e de resto, mal penteio. Mas essa semana, estava em casa um dia, por causa da lei das 35 horas (já falei sobre isso, năo?), e me deu 5 minutos. Queria, porque queria, de qualquer maneira, cortar. Minha cabeleireira habitual, a sistah, está preocupada com os homens de sua vida, e năo estava afim. Entăo fui pra rua, procurar um salăo de verdade. Uuuuuuuu! Na esquina de casa tem um. Estava fechado pro almoço, em atitude tipicamente francesa. Tinha a listinha dos preços na janela. Corte para mulheres, 16 Euros. Corte com "brushing" e lavando a cabeça, 30. Tudo bem, tudo bem. Lavo a cabeça em casa, e seco ao natural. No problem. Esperei, esperei, e liguei de volta, depois das 2.5 horas de almoço. O moço explicou, com aquele ar de falta de pacięncia com gente estúpida, que năo é possível cortar sem fazer mais nada. Aquilo era um "forfait", e no mínimo, custa 30 Euros e pronto. Muito grata, tio, mas năo vou gastar uma fortuna em cabelo que cresce. Voltei pra rua, subi a avenida. Passei em mais dois lugares. Sempre a mesma história, com pequenas variaçőes de preços. Santa Maricota! Quando perguntei num deles, a moça foi chamar o "chefe". Năo achava que minha pergunta era assim, tăo complicada. Mas ela năo era capaz de responder. Finalmente, entrei em outro, na esquina da minha rua. Quando abri a porta, vi todo aquele material (secadores, cadeiras) tipo anos 60. Até aí, tudo bem. O problema era que o pessoal que cortava os cabelos também eram tipo anos 60. Ou seja, jovens naquela época. Hoje em dia tinham seus 70 anos, mais ou menos. Que medo! Fiz um belo sorrizo amarelo, e saí de ré. Voltei pra casa, com meus cabelos sem corte, e me conformei. Vou ter que esperar minha irmăzinha passar pela fase crítica do atual homen na sua vida, e resolver cortar a minha juba, na banheira, gratuitamente...




Bruna 10:38 AM

quarta-feira, fevereiro 11, 2004


Minha măe sempre disse que o tempo é remédio pra qualquer coisa. Qualquer uma, mesmo. E eu năo acreditava. Achava que minha dor duraria pra sempre. E que meus amores eram eternos.
Como estava errada.
Eu era louca por ele. Cada palavra, cada jesto, cada letra escrita, eu tentava gravar na memória. Eu bebia qualquer mínima atençăo, qualquer toque, olhar dele.
E nunca deu certo.
E eu achava que ia morrer.
Mas năo morri. Sobrevivi. Chorei, sonhei, escrevi. E sobrevivi. E hoje em dia, nem acredito mais. Năo consigo entender como eu fui capaz de tudo aquilo, por uma pessoa que năo teve a coragem de assumir tudo o que ele dizia sentir.
Mamăe tinha razăo. O tempo cura.




Bruna 4:13 PM

terça-feira, fevereiro 10, 2004


Sumi de novo. Năo foi nada mais que uma semaninha chata, com dores. Foi dor de cabeça (do căo), dor de garganta (com um belo resfriado), dor de barriga (coisa que eu năo tinha desde os 8 anos de idade) e agora, dor de pescoço! Pode? E isso tudo com uns dias na Espanha bem no meio. Agora vai parar, eu sei que vai...




Bruna 11:06 AM

sexta-feira, fevereiro 06, 2004


Voltei da bela Espanha! Que delícia de país. Deu uma vontade louca de fazer as malas e ir morar por lá... O sol brilhava (Paris está cinza e chuvoso), os homens todos com Strokes-type cortes de cabelo, e as meninas com uma beleza e charme natural. Quero voltar pra lá, rapidinho...




Bruna 4:57 PM

segunda-feira, fevereiro 02, 2004


Hate Mail
Isso mesmo. Hate mail, que nem as manequins e estrelas de Hollywood recebem. E agora eu também recebi.

O que acontece na maior parte das vezes é que o hate mail é anônimo. Característica numero um. O que os autores dessas obras năo percebem, é que uma opiniăo anônima realmente năo recebe consideraçăo. Afinal de contas, como posso saber se tua opiniăo é interessante, se năo sei quem vocę é?

Mas o negócio é o seguinte: uma pessoa pública, tipo Michael Jackson, cuja vida fica exposta ao mundo, vai receber cartinhas com opiniőes desfavoráveis. É natural. Afinal de contas, todo mundo fica sabendo o que ele faz. Mas eu, uma ilustre desconhecida, que escreve textinhos inúteis em um blog, năo faço mal a ninguém. Năo tenho pretençőes de ser in your face, como o Michael. Se vocę năo gosta do que escrevo, é fácil, năo leia.

Mas aí é que está a questăo. Se vocę se ofende ao ponto de gastar o teu tempo precioso a escrever besteirinhas anônimas pra mim, posso apostar que vocę tem outras coisas, fora o blog, que te incomodam sobre mim. Sejamos sinceros, e adultos. Fale comigo, usando a tua própria identidade, e faça críticas construtivas, sobre as coisas que realmente importam na vida.

Assim te convido, querida leitora anônima enraivada, a um diálogo inteligente. Vocę sabe onde me encontrar.
(Se essa opçăo năo te apetecer, é fácil, gaste teu tempo com coisas mais interessantes. Já disse, a internet tem uma riqueza infinita de informaçőes, que esperam a tua curiosidade e descoberta).




Bruna 5:20 PM


Hoje, pasme, vi pessoas sorrindo na rua. Fraceses, assim, olhando pra mim, sorrindo. Que medo! Isso tudo porque os dias estăo ficando mais compridos, e hoje, o sol resolveu aparecer! Miraculo...




Bruna 2:44 PM


Matei a saudade!
Ontém, por falta crônica de rango em casa, fomos jantar no l'Area. Restaurante de um casal libanęs-brasileiro, na Bastilha. Foi uma recomendaçăo de muitos anos atrás, de uma amiga da faculdade, com que perdi contato. Perguntei pro dono, Eduardo, se ele tinha notícias. Ela está em Brasília, com dois filhos! Medo!
Jantamos feijoada e strogonoff. Talvéz por saudade, ou talvéz porque foi muito bom, eu amei. Me deliciei com tudo. Năo parava de repetir o quanto eu estava contente. O menino se animou um pouco menos. Mas deve ter tido menos significados pra ele, aquele ranguinho bom.
Eles também fazem ótimos pratos libaneses.
De qualquer maneira, recomendo:

L'AREA
10, rue des Tournelles - 75004 Paris
Tél: 01 42 72 96 50




Bruna 1:21 PM

domingo, fevereiro 01, 2004


Estou, esses últimos 3 dias, preparando o site dela. Por enquanto năo existe nada, so uma estrutura. Mas daqui a pouco vem mais.
Năo sei se ela sabe o quando de prazer eu tenho, em manipular, uma por uma, as imagens dela. Năo sei se ela sabe que seu trabalho é tăo bom. Mas isso tudo, eu conto pra ela, mesmo se ela năo quiser saber.




Bruna 3:59 PM



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