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quarta-feira, julho 27, 2005
Quando não se tem muita coisa pra contar, é melhor contar besteira, ou ficar quieta?
Por aqui realmente não tenho muitas novidades. Último mês de trabalho, ainda bem! O chefe está deixando todos loucos, tem um ambiente realmente psico-doido-patolólogico no escritório. O homen é burro, prometeu o impossível, e agora está vendo que não vai dar pra cumprir?
Os preparativos pra mudança estão em andamento? Caixas pra fazer, coisas pra arrumar, limpar, e principalmente se livrar. A maior liberdade do mundo deve realmente ser o dia em que conseguiremos não ter mais pertences. Imagine a sensaçõo de poder sair por aí, à qualquer hora, sem ter que se preocupar com coisas. Porque eu tenho poucas coisas, depois de 11 anos nesse país consegui acumular somente uma dúzia de caixas de papelão. Vou largar os móveis, que não são nenhuma Brastemp, mas mesmo assim, essas poucas caixas, o computador, as roupas, tudo isso tem um peso na minha vida, um peso na possibilidade de mudar de país, de vida, tranquilamente. Queria não ter apego aos pertences?
Fui ver o acupunturista amado pela última vez antes de suas férias. Depois vejo ele uma vez em Setembro e vou-me embora. Como vou sobreviver sem esse homém na minha vida? Mas ele deve ter combinado com a ginecologista, ou senão isso é coisa de francês mesmo:
- Você ainda está tomando a pílula, né? - Estou. É minha melhor amiga. - Ah. - Pois é - E vocé tem que idade, mesmo? - 29, quase 30. - Ah??. E você não vai parar ela logo, não? - Não, de jeito nenhum. - Ah? Porque as dores de cabeça podem melhorar muito, sabe? - Sei, sei. - E com a tua idade, você ainda tem tempo, mas tem que começar a pensar nessas coisas. - Pois é. Mas não, sem chances. - Ah. - É o seguinte? sei que daqui à dez anos não será mais possível pra mim ter filhos, mas agora, eu não quero. Não vou fabricar filhos antes de ter certeza absolute que os quero, e por enquanto tenho certeza que não quero nada disso! Entende? - Ah, sim. D?accord. Seria outra história se o doutor fofo quisesse me ajudar a fabricar os tais filhos. Eu poderia até pensar no assunto. Mas acho que não é o caso. Então continuo com a minha pílula, sim, obrigada.
quarta-feira, julho 13, 2005
Vou-me embora pro sul, passar alguns dias na casa dos pais do Monsieur. Essas coisas são engraçadas... Os franceses nas casas no campo... Quando meus pais estavam por aqui, falamos disso. Eles tem uma casa em Ubatuba. Quando vamos pra lá nadamos, andamos na praia, velejamos, subimos morros, visitamos cachoeiras, escalamos rochas, e descansamos um pouco. Meu pai perguntou o que fazemos nessas tais casas de campo na França. Expliquei que acordamos, tomamos um enorme café da manha, ficamos numas cadeiras no jardim, tomando sol. Depois almoçamos. Voltamos às cadeiras. Um pouco mais tarde tomamos o aperô, e voltamos ao sol. Depois, jantamos. E dormimos. E no dia seguinte recomeça tudo de novo. Meu pai perguntou se não passeamos na praia. Tem praia, sim. Uma delas, com pedras no lugar da areia, cobra 12 Euros pra entrar. A outra, sem pedras, nem areia, foi coberta de concreto. O concreto dá direto no mar. Que aliás é gelado e cheio de pedras. Toma-se cuidado quando se mergulha, porque alguém pode cair nas pedras. Então de vez em quando vamos um pouco na praia, mas a maior parte do tempo passamos nas tais cadeiras no sol. Lendo. Porque tem pouco papo... Mas é bom. Não me levem à mal, é bom, sim. Só não é nenhum Ubatuba da vida...
segunda-feira, julho 11, 2005
Esse final de semana meu tio preferido muito fofo esteve em Paris fazendo turnê com o Antonio Nobrega. Titio é flautista e saxofonista, em sua banda. Mas fica até engraçado chamá-lo de titio, sendo que ele tem só 10 anos à mais do que eu, e o considero um grande amigo. Eles tocaram no Carreau do Temple, um Mercado fechado perto da prefeitura do 3 ème arrondissement, em Paris. Estão fazendo grandes concertos por causa do Ano do Brasil na França. O Nobrega tocou sábado e domingo, e foi MUITO BOM. Dançamos, cantamos, pulamos sem parar. Mas fora o fato que meu tio é muito fofo, o grupo é muito bom. Recomendo. Eles tocam pelo Brasil à fora, e algumas vezes em Paris também.
quinta-feira, julho 07, 2005
Ataques em Londres, bombas, explosões. E agora o governo está colocando a França ao nível vermelho de alerta (o segundo mais alto).
Coloquei um googlezinho aí em cima. Olha só que bonitinho...
Povo estranho:
Imagine você, leitor com um mínimo de inteligência e razão, um dia sendo chefe recente de um serviço onde você não tem experiência, e onde não entende bulhufas. Imagine que você seja meio inseguro, e consequentemente faça besteiras, e perca o respeito de teus subordinados (com muito mais experiência, diga-se de passagem). Imagine que esses mesmos subordinados resolvam que basta essa zona toda, e que está na hora de ir embora. Sendo subordinados bacanas, eles resolvem ficar mais 3 meses, para que o chefe e os novos coleguinhas possam aprender, perguntar, usar e abuser dos últimos resquícios de experiência no departamento. Você faria o quê? Pense bem, você não é essa pessoa esperta e ligada que realmente existe em ti, mas simplesmente um carinha com um mínimo de inteligência e razão.
Pois é. Meu chefe me paga pra ficar sentadinha aqui, surfando na internet, e bebendo café. Não me pediu nada, nem a mim nem à outra colega que também vai embora. Não pediu às coleguinhas novas (e ingênuas) pra fazerem perguntas, pra serem treinadas, pra lerem os nossos relatórios ... nada. Porque será que os chefes são bitolados dessa maneira?
quarta-feira, julho 06, 2005
Londres ganhooooooooooooooooooooooou!
Os parisiences estão esperando, torcendo, torcendo, pra serem escolhidos pras Olimpíadas de 2012. Esse povo quer mais gente na cidade? Mais turistas jogando lixo na rua? Mais gente no metro? Não entendo...
História da minha casa:
Primeiro tinha eu e o rommeite (o roomeite original). Depois veio um recifeno morar no quartinho durante alguns meses, enquanto estudava francês depois de seu mestrado em direito em Londres. Gente fina. Depois veio a menina do roomeite com seu cachorro, e consequentemente, a partida do roomeite. Entraram minha irmã e uma argentina linda. Foi-se a argentina, que voltou pra casa. Entrou o mexicano artista. Foi-se o mexicano artista. Entrou uma linda brasileira no quarto da minha irmã, enquanto esta estava viajando. Ao mesmo tempo, entrou a chilena estudante de literatura. Agora saiu a chilena, entrou o adolescente suiço.
Tivemos sorte, muita sorte, porque todos esses foram fofos e lindos, e todo mundo se deu bem. Adoro minha casa de malucos!
Desapareci mais uma vez, porque meus pais vieram pra visitar. Quem não vê os pais durante a maior parte do ano entende. Não fiz mais nada durante a semana toda. Fora isso, temos uma novidade em casa, um novo roomeite. A mocinha chilena foi morar na casa do namorado bobão durante as férias, e encontrou um suiço alemão, de 19 aninhos, que veio tomar seu lugar. Ele é muito fofo, sempre sorrindo, Está estudando francês. Ainda não sabe cozinhar (come salada e pão), nem lavar suas roupas. Meu instinto materno tem vontade de ensinar tudo, mas meu instinto de mulher que não quer ter filhos pensa que isso é problema da mãe. Ainda não sei quais dos instintos vai vencer?
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