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terça-feira, maio 31, 2005


Tive minha crise dos 28, clássica, dois anos atrás. Resolvi que não gostava da minha vida, e que tudo devia mudar. País, trabalho, relacionamentos... Só que sou uma pessoa muito indecisa, e não muito eficiente no gerenciamento da minha vida. Consequentemente, nada mudou. Hoje em dia, beirando os 30, consegui começar o processo. Estou em negociações com os chefões, pra ir-me embora do trabalho. E vou me mudar da França, país que me acolheu durante 11 anos. No começo de Setembro chego em Barcelona, minha cidade preferida nesse continente, tão longe do meu lar. Barcelona, onde não tenho casa, nem emprego, onde não falo a língua, não conheço os costumes. E onde não conheço uma única alma. Mas vou. Porque essa tal de crise dos 28 já atrasou demais.




Bruna 5:27 PM


Esse final de semana fomos passear em Lille. Fica pertinho de Paris, uma horinha de TGV. A cidade é pequena, e toda bonitinha. Lembra muito a Holanda ou Bélgica. Andamos pra todos os lados, e visitamos várias exposições de fotografia, do festival Trans Photographiques. Alguns artistas meio medíocres, outros muito legais. Mas principalmente espaços muito interessantes. Por exemplo, tem uma enorme exposição num balcão do correio, antigamente usado pra classificar e separar o correio. Hoje em dia eles guardam o espaço igualzinho, e o usam para exposiçõs. Existe idéia mais interessante?

Lille é uma gracinha, vale a visita.




Bruna 3:16 PM

domingo, maio 29, 2005


Pequeno (e raro) momento político nesse blog...


O resultado do Referendum: os franceses votaram contra a constituição européia... Foi um NON declarado com força. Ganharam 55%. O resultado oficial saiu agora pouquinho.
Não sou chegada à política. Não me considero européia, sou brasileira. Mas mesmo se não fosse o caso, não sei o que votaria. Não entendo muito bem essa história, não lí a constituição, portanto não posso dar uma opinião séria. Quando o Chirac deu seus argumentos à favor do OUI, em entrevistas na tv, me parecia lógico. Mas os franceses não gostaram, votaram contra.
O que vai acontecer agora? Não tenho a mínima idéia. E vocês, o que acham?





Bruna 10:18 PM

sexta-feira, maio 27, 2005


Nunca esqueça de lavar as mãos!

Outro dia estava cheia de boa vontade, fui arrumar minhas coisas, mexer na tralha, e jogar fora o supérfluo. Estava organisando os sapatos, que por casa do pouco uso, estavam bem empoeirados. Com as mãos bem sujas, cocei o olho. Ficou irritado, então coloquei colírio, mas pouco ajudou. Em alguns minutos meu olho direito inchou, ficou vermelho e lacrimejante. Uma maravilha! Fiquei parecendo com o Mike Tyson em dias de luta. Fui dormir, e no dia seguinte, nada de melhora. Parecia que eu tinha levado um soco.

Conclusão: tive que passar 4 dias colocando gotinhas nos olhos todas as duas horas, faltei no trabalho por causa da cara de Elephant Man, e tudo isso porque meti o dedo sujo no olho. Lavem as mãos crianças, lavem as mãos!




Bruna 3:49 PM

segunda-feira, maio 23, 2005


O que eu queria, mesmo, era passar uns tempos sendo dona de casa desocupada. Não muito rica, porque a vida não teria graça, mas bem desocupada. Vestiria uma calça jeans com uma camiseta preta todos os dias. Visitaria todas a galerias. exposições e museus da cidade. Todos mesmo. Andaria por aí com uma máquina fotográfica e um caderninho para escrever coisinhas. Correria no parque todos os dias, até ter fôlego pra correr uma maratona, até ter o corpo forte e sadiu. Conheceria todas a lojas, butiques e cafés de cór. Sairia tomar chazinho com as amigas, passando tardes inteiras jogando coversa fora. Compraria legumes frescos todas as tardes, pra preparar jantas elaboradas. Teria uma máquina de costura pra fazer criações artísticas enquanto a paciência durasse. Escreviria textos maravilhosos que publicaria muitas vezes por dia num blogue bem feito. Aprenderia à passar roupas, mesmo que não seja necessário passar jeans e camisetas. Pintaria o cabelo de cores não apresentávais num trabalho sério. Aprenderia a fazer sobremesas sofisticadas. Faria aulas de caligrafia japonesa e árabe. Observaria as pessoas correndo ao trabalho de manha cedo, e depois voltaria pra cama. Daria aulas de criação de sites para jóvens problemáticos. Passaria dias e semanas e meses lendo livros nas bibliotecas. Não me irritaria com as pessoas que andam devagar nos corredores do metrô, porque teria todo o tempo de andar devagar também. Voltaria à faculdade, pra aprender arquitetura, engenharia, design ou fisioterapia, até me especializar e voltar à trabalhar como uma maluca mais uma vez, sonhando do que faria se fosse uma desocupada.




Bruna 2:20 PM

sábado, maio 21, 2005


Agora, depois de velha, foi que resovi gostar de cozinhar. Sempre detestei, e sempre fiquei longe da cozinha. E hoje em dia me pego pensando em quantas cenouras tem na geladeira, no metrô voltando do trabalho. E vou fazer a feira com todo o gosto. E compro coisas que nem sei cozinhas, pra esperimentar. Tudo bem, não vou sair por aí dando aulas no Cordon Bleu nem nada, e faço coisinhas símples, ainda não sei usar especiarias, e tudo mais. Mas gosto de passar tempo na cozinha. Coisa de louco... Quem me conhece que sabe!




Bruna 7:36 PM

sexta-feira, maio 13, 2005


Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida.
Negociei, agora pouco, com a chefa, da maneira que vou sair desse emprego. Tudo indica que daqui à três meses, estou fora, ofcialmente desempregada. Desempregada, mas muito, muito feliz.




Bruna 4:25 PM

sexta-feira, maio 06, 2005


Encontrei um antigo texto sobre um antigo sentimento que se foi tão rapidamente quando apareceu:


Segunda feira, 24 de Março 2003, 7h00


Acho que estou meio apaixonada. Não tenho certeza, mas acho. Também, não sou difícil. 3 horas de conversa, muita tinta, um copo d'água. Cabelos escuros com aluguns fios brancos, encaracolados (tudo o que eu queria pra mim). Olhos meio esbugalhados, grandes. Boca gostosa, com uma cicatriz no lábio superior, à esquerda. Conversa, perguntas. Ele descobriu a história da minha vida todinha. Eu fiquei sabendo um pouco da sua. Tem muita coisa à descobrir ainda.
Ele me deu esse caderno de capa azul escura, dura, para anotar nossa ideias sobre o site. Mal sabe ele que vou encher o caderno de textos. Alguns sobre ele.
Vou me embora para Londres. Acordei cedinho pra pegar esse trem. Sono. Músculos doloridos por causa de sábado à noite. O sol está se levantando sobre as casinhas e fábricas tristes dos subúrbios de Paris.
Penso em seu rosto interessante, bonito. Em seu sorriso tranquilo. Seus cachinhos morenos. Não vi suas mãos direito. Uma pena. Queria muito ter visto suas mãos. Devem ser lindas. Muita tinta, muitos quadros. Tenho que escolher uma pintura. Ou posso também encomendar alguma coisa. De repente posso achar um pedaço de madeira e pedir pra ele pintá-la.
Quero voltar logo pra Paris. Quero ver se sua boca é realmente do jeito que eu lembrava.





Bruna 7:18 PM

segunda-feira, maio 02, 2005


E mais uma vez com vocês: Bruna e a burocracia francesa.

O ex-roomeite mexicano, que foi morar na Suécia com sua namorada estranha (essa sim, é relamente estranha), recebeu um pacote pelo correio, registrado. Sendo que ele não estava em casa no momento que o troço chegou (duh, estava na Suécia), eles deixaram um papelzinho, pedindo que ele fosse buscar nas próximas duas semanas.
Ele me mandou uma procuração, e uma cópia do passaporte por e-mail, que, sendo por e-mail, não estava assinada. Eu assinei por ele, e pronto.
Chegando no correio essa manha, e moço me olhou com cara feia, e disse que não aceitavam procurações, que ele tinha que assinar o próprio papelzinho, e que, mais importante, ele precisava de um documento de identidade original. Expliquei que o moço estava na Escandinava, e isso durante alguns meses. Por isso ele não tinha como assinar o papelzinho, nem deixar o passaporte comigo. Seria possível deixar o pacote por lá alguns meses?
- Non, Madame.
Perguntei se seria possível eu apresentar uma carteira de identidade mexicana.
- Non, Madame. Não consideramos documentos estrangeiros como oficiais. Teria que ser o passaporte.
Certo. Claro. Expliquei que sendo que ele estava viajando, o passaporte estava com ele, lá na Suécia.
- O senhor entende que pra viajar ele tem que ter o passaporte junto com ele, certo?
- Oui, Madame. Mais c'est pas possible, pas possible.
(Pas possible tem que ser a frase que é repetida mais vezes pela população desse país. Tenho certeza absoluta.)
Ele ofereceu me mostrar o pacote, para que eu pudesse ver de onde vinha. Respondi que já sabia de onde vinha, e o que continha.
- Alors, c'est pas possible, Madame.
- Então o que você sugere? Entende o problema do passaporte, e do papelzinho?
- C'est pas possible, ele disse, mais uma vez, levando a procuração pra dentro do seu escritóriozinho.
Daí ele saiu com o bendito pacote na mão, e me deu, reclamando, dizendo que eles não aceitavam cópias de documentos. Mas me deu. Agradeci, e fui-me embora.
O que achei realmente legal da história toda, foi que a assinatura no bendito papel, que ele nunca leu, era falsificada!




Bruna 11:54 AM



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