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domingo, julho 25, 2004
Sumi, né? Mas não foi por mal não. Tirei umas ferias de computadores... Volto logo, com mais historinhas a contar...
quarta-feira, julho 07, 2004
Uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuhhhhhhhhhhuuuuuuuuuuuuuuu! Champagne, preciso de muito champagne! Coloquei o site do puto mais chato do universo on-line! PhotosGraphies. Esse foi o cliente mais difícil que eu ja encontrei na vida. Nunca fiz tantas mudanças minuciosas 2458793210.24642 vezes por página. E o pior é que o meu nome nem aparece, sendo que eu cansei de mudar tudo, e quando ele me mandou a index com o meu nome, já tinha desistido de corrigir mais nada. Sou a webmastah anônima do site mais mudado e corrigido da internet!
Querem literatura? Aqui tem...
A minha vida anda cheia de coincidências. Estou pensando no meu livro, que acabo de terminar, ha alguns dias. Começou muito bom, com aquele senso crítico azedo tipicamente francês, mas depois ficou meio bobo. Mas valeu a pena, gostei muito da visão do cara.
Ele se chama Frederic Beigbeder. E o tio está na moda na França. Foi ele que inspirou a Lolita Pille, que foi traduzida no Brasil, e está toda popular. Li o livro dele, que era chamado 99 Francs, mas que desde a mudança ao Euro, virou 14.99 Euros. Sobre o mundo da publicidade. Ele faz uma crítica feroz de todo esse mundo de propagandas de iogurtes que não engordam. Ele diz, mais ou menos, exatamente o que a Baxt escreveu.
Já traduziram algum dos livros dele no Brasil? Vale a pena.
domingo, julho 04, 2004
No trem, semana passada...
Será que é o trem que me inspira, ou os livros? Fazia tempo que não escrevia.
Dentro do trem, espremida (o TGV moderno tem dois andares, e não tem espaço pras malas - minha mochila está embaixo do banco) olho pela janela imensa. Já são 10 da noite. O céu foi se escrevendo, misturando cada vez mais as cores, até o azul escuro tomar conta, e logo depois, se empretecer.
Comprei uma revista cheia de mulheres anoréxicas, e musas do verão.
Dentro dela recebo órdens: para comprar esmalte cor de rosa cintilante, e sapatos bicudos em cores vivas. Fora a revista, desembolsei 18 Euros, e saí com dois livros: Beigbeder e Updike.
Não lia fazia tempo. Sou consumidora de livros. Cada um me dura apenas alguns dias. Prefiro ler em inglês - o que me custa caro nesse país.Então tento conseguir livros por meios diferentes da compra. Não sou Rockerfeller. Mas se fosse, acho que a minha fortuna ia parar nas prateleiras de casa, com as bordas amassadas, e o interior rabiscado.
Mas hoje tinha que andar de trem, várias horas. Resolvi então investir. Comprei dois, escolhidos apressadamente na estação.
A escolha foi dura, por falta de opções. Mas não me arrependo.
Nos trems minha sorte se repete. Mulheres bonitas na minha frente, mas do lado, sempre alguém com mau hálito. Dessa vez ele é moço, simpático até. Mas abre a boca na minha direção, e sou obrigada a colar o rosto contra o vidro da janela. Não entendo esse povo. Hálito de porco é epidemia nacional.
Vou pro sul, de novo. Dessa vez a família do Monsieur também estará presente. Típicos franceses de classe média-alta.
Têm opiniões sobre tudo, principalmente aquilo que não conhecem.
Mas são bonzinhos. Nessas horas sinto falta da faladeira do meu pai. Discreto, casado à uma mulher tagarela, ele fica quieto até a conversa tomar um rumo de algum assunto do qual ele tem conhecimentos. Daí ele fala, e muito. E os outros ouvem.
Meu pai não tem diploma universitário. Sua família, grande (12 crianças), tinham poucos recursos. Quando se casou com minha mãe, de orígem mais pobre ainda, eles não tinham nem dinheiro pra comprar móveis. Em vez disso, compraram uma árvore. Cortaram o tronco, e fizeram a cama, mesa, cadeiras, tudo o que precisavam. Pouquinho à pouquinho batalaram juntos até conseguirem o que têm hoje. Tenho orgulho dos meus pais. Quando nasci, já não faltava mais nada.
Fui educada com tudo o que era necessário, mas com a experiência de quem sabe o valor que o dinheiro tem.
Pensado na minha família, tão longe, me pergunto se tenho realmente vontade de destar nesse trem, rumo à um final de semana com outra família, tão diferente, e tão distante da minha.
quinta-feira, julho 01, 2004
Ontém fui no show da P.J. Harvey. Merrrrmão... Sei que me prometi em casamento ao Ben Harper nesse blog, algum tempo atrás. Mas se os dois aparecerem por aqui, brigando pela minha mão, acho que vou ter que escolher ela. Que mulher! O show foi no Zenith, ao norte de Paris. Teve um imbecil que fez abertura pra ela, muito ruim. Acho que ele encheu tanto o saco, que ela saiu uma hora, e cantou junto com ele, pra acordar o cara. Depois teve outro grupo, bem melhor, mas nada a ver. Finalmente ela apareceu. Vestida de uma miníssima mini saia e uma blusinha, com cara de liquidação da C&A, com um sinto feito de carrinhos de criança, meia socket, e saltos rosa choque. Com um corte de cabelo pior que o meu! Quem mais poderia se vestir assim nesse planeta? Ninguém. Só ela tem o poder. É a mulher bonita mais feia que eu conheço. Magrela, estranha, e sexy, tudo ao mesmo tempo.
O show foi incríel. Ela tem AQUELA voz. No final, chamou uma amiga dela pra cantar junto, que mora por aqui. Marianne Faithful. Estavamos em pé, ainda bem. Senão eu teria caido da cadeira. Marianne está meio velha, meio gorda. Veio com um papel, pra ler as letras das músicas, e tirava e colocava os óculos. Mas era a Marianne Faithful, alí na nossa frente.
Tirei algumas fotografias de altíssima qualidade, com o meu telefone high-tech. Mas não vou poder colocá-las aqui, sendo que não tenho como tirá-las do bendito telefone, sem pagar uma fortuna.
Saindo do show, tinha uma lua cheia tipo lua de lobisomen, linda.
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