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quinta-feira, outubro 20, 2005
Entonces, estou me acertando pelas terras Espanholas, pouquinho a pouquinho. O blog vai mudar junto comigo: http://vidaembcn.blogspot.com/
segunda-feira, outubro 10, 2005
Estou em casa nova Barcelonesa. Pero sem internet em casa, fica complicado passar por aqui contando as novidades. Mas eu volto logo, e coloco tudo em dia. A redaão agradece a paciencia...
quinta-feira, setembro 22, 2005
Hoje, poucos dias antes de partir desse pais, fui almoçar com a bela Olivia no l'Escargot. Nesse restaurante tradicional Francês, experimentamos, pela primeira vez, as especialidades francesas mais questionadas: escargot (caracóis) et cuisses de grenouille (pernas de sapos). Todos que já passaram por esse pais devem, pelo menos uma vez, passar por essa experiência. O que sobrou foi um forte bafo de alho, que nem eu aguento!
quarta-feira, setembro 21, 2005
Hoje foi um daqueles dias de burocracia administrativa. A gente sempre sabe que essas coisas são complicadas na França... Mas as babaquices dos funcionarios acabam sempre superando os nossos sonhos mais absurdos. Tinha comprado minha passagem (só de ida, olha que emoção) pro dia 20. Fui la marcar minha operação administrativa numero 1, e eles me marcaram pro dia 21. Expliquei, tentei mudar, contei a verdade, exagerei, mas nada adiantou. Paciência, pensei. Afinal das contas, a operação numero dois pode ser feita no mesmo dia. Fui hoje fazer a primeira, já tensa, sabendo que tinham muitas coisas que poderiam dar erradas... Mas deu tudo relativalente certo (fora uma espera inesperada de 3 meses antes de chegar a grana que me devem, mas tudo bem). Depois fui correndo à segunda operação, que era a mais símples. Claro que tinha que dar alguma coisa errada. Um atrasinho desses não era o suficiente. Depois de esperar que as senhoras do atendimento terminassem a fofoca do momento, fui informada que essa parte de processo não se podia mais se fazer no mesmo dia. E que o mais cedo possível seria dia 5 de outubro. Tentei negociar, pedir, implorar, explicar. Nada feito. Entã tomo meu avião sem a volta, e duas semanas mais tarde pego outra ida e outra volta, pra repassar ver as senhoras simpáticas da minha operação administrativa numero 2.
E como todo dia feliz tem que terminar feliz, depois de cansar os olhos na frente do computo trabalhando fui fazer uma pausinha na sala. Como sou meio maníaca arrumadeira, quando vi um fiozão preto no sofa, fui logo tirar... E o fio saiu andando... Era uma mega aranha enorme. Muito grande. Com patas nojentas muito grossas, que eu peguei com toda vontade...Estou tendo arrepios até agora. E não volto mais pra sala por nada nessa vida!
terça-feira, setembro 13, 2005
Ninguém me aguenta mais falar sobre a minha tal mudança que ainda nem aconteceu... Estou ficando como quando volto da capoeira, e insisto em cantar musiquinhas repetitivas que são insuportáveis sem os instrumentos (chama eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeu, chama euuuuuuuuuuuuu, chama eu Angola, chama eu...........), muito mais saindo da minha boca mal afinada. Pois é. Mas da medo, sabe? Sair de um epreguinho fixo, de um apartamento legal, de uma cidade maravilhosa, pra seguir uma ideia de doida, sem casa ou emprego, sem o dinheiro que entra todo mês, e morar com o Monsieur... Não quero depender dele nunca, me recuso à imaginar a possibilidade de ter que pedir grana emprestada, se não conseguir um emprego rapidinho. Mas vou la, e ninguém me segura!
Vou com as fotos que finalmente fui buscar, aquelas que vocês me ajudaram a escolher. Muita gente tinha votado, n?o sei onde foram parar os comments... Mas finalmente fiquei com a 4 e a 6, porque ele podia fazer impress?es maiores dessas duas. Agora outro dilema. Dessa vez as fotos são dela. Fiz essa pré-seleção. Só posso escolher uma. Que tortura:
1
2
3
4
5
6
terça-feira, setembro 06, 2005
Setembro em Paris sempre chega com uma certa angústia. Mesmo que o calor continue, as folhas começam à amarelar e cair das arvores. E isso significa que daqui à pouco o frio vai chegar. E com o frio, os dias vão se encurtando, o sol desaparecendo, a pele ressecando, e a natureza das pessoas endurecendo. Os estudantes voltam às aulas, e a vida deixa pra trás a tranquilidade do verão.
Mas esse ano as coisas são diferentes. Porque a minha vida vai mudar. Outro pais, mais ao sul, menos gelado, uma cidade beira mar. Pessoas novas, cultura diferente, museus desconhecidos. O futuro desconhecido.
Mas estou feliz, porque acredito que será uma boa coisa. Sei que mudança é uma boa coisa. O inverno será menos rigoroso, e em vez de sentir falta das arvores verdes, poderei olhar pro mar.
domingo, setembro 04, 2005
Essa semana, movimentada, foi uma de mudanças. Quarta feira, meu ultimo dia de trabalho, começou tediosa, e terminou tarde, num bar com os ex-colegas, um pouco de intoxicação e muitas risadas. Ontem o Monsieur menino pegou o avião e foi-se embora pro nosso novo lar temporário em Barcelona. Eu, aqui durante mais duas semanas e meia, encontrei o moço simpático que veio me ajudar ? carregar as famosas caixas até o caminhão que ele vai levar ao sul. Bronzeado e bem vestido, ele dava risada no final, dizendo que tinha sido eu que carreguei a maioria das tralhas. O meu quarto quase vazio foi transferido ao roomeite (o original), que voltou pra casa. Estou morando no quarto da minha irmã, com os peixes. Sozinha, e sem trabalho depois desse tempo todo, luto pra não me sentir triste. O Monsieur ligou, de noite, contando que enquanto eu suava com as caixas, ele chegou no apê, e foi pra praia com o dono do lugar. Apresentado aos francesinhos de Barcelona, ele se maravilhou com a nossa nova cidade. Já resolveu, depois dessas poucas horas, que quer ficar por lá algum tempo. Ainda bem? Está na hora de deixar Paris pra trás.
sexta-feira, agosto 26, 2005
Respondendo às perguntas: Ainda estou em Paris . Vou-me embora pra Espanha dia 20 de Setembro. Trabalho até o final de Agosto, e depois fico em casa, trabalhando com os sites. Meu aniversário, foi, sim, semana passada. Agora sou uma senhora de 30 anos de experiêcia e sabedoria, e sem rugas!
Spam Spam são aqueles e-mails que você recebe de pessoas que não conhece, oferecendo aumento de partes do teu corpo que não precisam de modificação, emprestimos de dinheiro que não quer, remédio que não toma, ou convites à sites de mulheres sozinhas que querem te mostrar as partes do corpo que as tuas amigas não te mostram. As pessoas que mandam esses e-mails compram listas de endereços. E as pessoas que vendem estas listas tem vário métodos pra conseguirem esses e-mails. Existem robos que escaneam sites na internet, e quando encontrar um "@", eles copiam o que vem antes e depois dele. Para as pessoas que não publicaram seus e-mails na internet, o melhor método é receber esses testes do Dalai Lama, apresentações Power Point, piadas e fotos engraçadas, que você manda pra todos os e-mails na tua lista. Imagine um desses testes, que foram transmitidos do teu amigo pra todas as pessoas que ele conhece, e você recebe e manda pra mais um monte de gente, e estas pessoas mandam pra todos as outras pessoas, e cai na mão de alguem que copia todos os endereços que aparecem em cima desse tal e-mail. E pronto, o teu e-mail entra no circuito das listas de spam. Por isso, amiguinhos, não mandem essas piadas bobas pra todas as pessoas que vocês conhecem. E se quiserem realmente, muito, mandarem, apaguem os endereços velhos que se encontram no começo do e-mail, e mande aos amigos com o endereço escondido. Ajudem o planeta, seja contra o Spam!
terça-feira, agosto 23, 2005
Quantas pessoas nessa cidade estão vivendo aquela mesma experiência? A primeira manha do dia depois. Na verdade são todas iguais, mas tão diferentes. Uma sensação de estar no lugar errado. Uma pontinha de culpa, que se mistura rapidamente com uma ansiedade feliz. Aconteceu. E agora, será que isto é o começo de algo bom ? Ou o final de algo que vamos tentar esquecer ? De manha, a primeira oportunidade, finalmente, de olhar em volta e observar. Os livros, os lençois, as paredes, os sapatos. Quem é, reamente, essa pessoa? E esse dia, como sera? Uma dispensada rápida, ou uma manha longa, com conversas, café da manha, uma chuveirada demorada e muito carinho? Será que eu fico ou eu vou embora ? Cada vez é tão igual, e cada vez é tão única.
quarta-feira, agosto 17, 2005
E a vida continua. Faltam exatamente 12 dias de trabalho nesse emprego, e depois estou livre. Fico em Paris até dia 20 de Setembro, e depois pego a minha super mala gigante, e vou pegar o voo mais barato da terra, e vou pra minha nova casa, em Barcelona City. Falta pouco, mas como eu queria acelerar a vida até esse dia?
quinta-feira, agosto 04, 2005
Estou me afundando no meio das caixas. Minha vida virou caixas: catar caixas usadas no supermercado, comprar caixas, abrir, feixar, selar as caixas. Meu quarto virou um amontoado de caixas. E n?o consigo mais trabalhar por causa das caixas. Chego em casa querendo terminar algum projeto ou site, e só fico olhando pras caixas, e a inspiraç?o vai pra dentro delas, no meio dos CDs e das camisetas, dos livros e das fotos. Quando se mora num micro lugar como eu, fica complicado. Vou tirando as coisas das estantes e do guarda roupas, e colocando nas caixas, mas n?o sobra lugar pra elas. Daqui ? pouco vou ter que colocar as caixas em cima da minha cama, e dormir dentro da banheira. N?o vejo outra saída? Tenho que escolher o que coloco nas caixas, e o que deixo fora. O resto tem que caber numa mala pequena, mas tem que durar pelo menos uns 2 ou 3 meses, até eu tiver uma nova casa definitiva, e poder buscar a mudança. Mas como saber o que deixar, o que mandar, o que vou precisar ? Mas com licença, que eu tenho que ir fazer mais algumas caixas?
quarta-feira, julho 27, 2005
Quando não se tem muita coisa pra contar, é melhor contar besteira, ou ficar quieta?
Por aqui realmente não tenho muitas novidades. Último mês de trabalho, ainda bem! O chefe está deixando todos loucos, tem um ambiente realmente psico-doido-patolólogico no escritório. O homen é burro, prometeu o impossível, e agora está vendo que não vai dar pra cumprir?
Os preparativos pra mudança estão em andamento? Caixas pra fazer, coisas pra arrumar, limpar, e principalmente se livrar. A maior liberdade do mundo deve realmente ser o dia em que conseguiremos não ter mais pertences. Imagine a sensaçõo de poder sair por aí, à qualquer hora, sem ter que se preocupar com coisas. Porque eu tenho poucas coisas, depois de 11 anos nesse país consegui acumular somente uma dúzia de caixas de papelão. Vou largar os móveis, que não são nenhuma Brastemp, mas mesmo assim, essas poucas caixas, o computador, as roupas, tudo isso tem um peso na minha vida, um peso na possibilidade de mudar de país, de vida, tranquilamente. Queria não ter apego aos pertences?
Fui ver o acupunturista amado pela última vez antes de suas férias. Depois vejo ele uma vez em Setembro e vou-me embora. Como vou sobreviver sem esse homém na minha vida? Mas ele deve ter combinado com a ginecologista, ou senão isso é coisa de francês mesmo:
- Você ainda está tomando a pílula, né? - Estou. É minha melhor amiga. - Ah. - Pois é - E vocé tem que idade, mesmo? - 29, quase 30. - Ah??. E você não vai parar ela logo, não? - Não, de jeito nenhum. - Ah? Porque as dores de cabeça podem melhorar muito, sabe? - Sei, sei. - E com a tua idade, você ainda tem tempo, mas tem que começar a pensar nessas coisas. - Pois é. Mas não, sem chances. - Ah. - É o seguinte? sei que daqui à dez anos não será mais possível pra mim ter filhos, mas agora, eu não quero. Não vou fabricar filhos antes de ter certeza absolute que os quero, e por enquanto tenho certeza que não quero nada disso! Entende? - Ah, sim. D?accord. Seria outra história se o doutor fofo quisesse me ajudar a fabricar os tais filhos. Eu poderia até pensar no assunto. Mas acho que não é o caso. Então continuo com a minha pílula, sim, obrigada.
quarta-feira, julho 13, 2005
Vou-me embora pro sul, passar alguns dias na casa dos pais do Monsieur. Essas coisas são engraçadas... Os franceses nas casas no campo... Quando meus pais estavam por aqui, falamos disso. Eles tem uma casa em Ubatuba. Quando vamos pra lá nadamos, andamos na praia, velejamos, subimos morros, visitamos cachoeiras, escalamos rochas, e descansamos um pouco. Meu pai perguntou o que fazemos nessas tais casas de campo na França. Expliquei que acordamos, tomamos um enorme café da manha, ficamos numas cadeiras no jardim, tomando sol. Depois almoçamos. Voltamos às cadeiras. Um pouco mais tarde tomamos o aperô, e voltamos ao sol. Depois, jantamos. E dormimos. E no dia seguinte recomeça tudo de novo. Meu pai perguntou se não passeamos na praia. Tem praia, sim. Uma delas, com pedras no lugar da areia, cobra 12 Euros pra entrar. A outra, sem pedras, nem areia, foi coberta de concreto. O concreto dá direto no mar. Que aliás é gelado e cheio de pedras. Toma-se cuidado quando se mergulha, porque alguém pode cair nas pedras. Então de vez em quando vamos um pouco na praia, mas a maior parte do tempo passamos nas tais cadeiras no sol. Lendo. Porque tem pouco papo... Mas é bom. Não me levem à mal, é bom, sim. Só não é nenhum Ubatuba da vida...
segunda-feira, julho 11, 2005
Esse final de semana meu tio preferido muito fofo esteve em Paris fazendo turnê com o Antonio Nobrega. Titio é flautista e saxofonista, em sua banda. Mas fica até engraçado chamá-lo de titio, sendo que ele tem só 10 anos à mais do que eu, e o considero um grande amigo. Eles tocaram no Carreau do Temple, um Mercado fechado perto da prefeitura do 3 ème arrondissement, em Paris. Estão fazendo grandes concertos por causa do Ano do Brasil na França. O Nobrega tocou sábado e domingo, e foi MUITO BOM. Dançamos, cantamos, pulamos sem parar. Mas fora o fato que meu tio é muito fofo, o grupo é muito bom. Recomendo. Eles tocam pelo Brasil à fora, e algumas vezes em Paris também.
quinta-feira, julho 07, 2005
Ataques em Londres, bombas, explosões. E agora o governo está colocando a França ao nível vermelho de alerta (o segundo mais alto).
Coloquei um googlezinho aí em cima. Olha só que bonitinho...
Povo estranho:
Imagine você, leitor com um mínimo de inteligência e razão, um dia sendo chefe recente de um serviço onde você não tem experiência, e onde não entende bulhufas. Imagine que você seja meio inseguro, e consequentemente faça besteiras, e perca o respeito de teus subordinados (com muito mais experiência, diga-se de passagem). Imagine que esses mesmos subordinados resolvam que basta essa zona toda, e que está na hora de ir embora. Sendo subordinados bacanas, eles resolvem ficar mais 3 meses, para que o chefe e os novos coleguinhas possam aprender, perguntar, usar e abuser dos últimos resquícios de experiência no departamento. Você faria o quê? Pense bem, você não é essa pessoa esperta e ligada que realmente existe em ti, mas simplesmente um carinha com um mínimo de inteligência e razão.
Pois é. Meu chefe me paga pra ficar sentadinha aqui, surfando na internet, e bebendo café. Não me pediu nada, nem a mim nem à outra colega que também vai embora. Não pediu às coleguinhas novas (e ingênuas) pra fazerem perguntas, pra serem treinadas, pra lerem os nossos relatórios ... nada. Porque será que os chefes são bitolados dessa maneira?
quarta-feira, julho 06, 2005
Londres ganhooooooooooooooooooooooou!
Os parisiences estão esperando, torcendo, torcendo, pra serem escolhidos pras Olimpíadas de 2012. Esse povo quer mais gente na cidade? Mais turistas jogando lixo na rua? Mais gente no metro? Não entendo...
História da minha casa:
Primeiro tinha eu e o rommeite (o roomeite original). Depois veio um recifeno morar no quartinho durante alguns meses, enquanto estudava francês depois de seu mestrado em direito em Londres. Gente fina. Depois veio a menina do roomeite com seu cachorro, e consequentemente, a partida do roomeite. Entraram minha irmã e uma argentina linda. Foi-se a argentina, que voltou pra casa. Entrou o mexicano artista. Foi-se o mexicano artista. Entrou uma linda brasileira no quarto da minha irmã, enquanto esta estava viajando. Ao mesmo tempo, entrou a chilena estudante de literatura. Agora saiu a chilena, entrou o adolescente suiço.
Tivemos sorte, muita sorte, porque todos esses foram fofos e lindos, e todo mundo se deu bem. Adoro minha casa de malucos!
Desapareci mais uma vez, porque meus pais vieram pra visitar. Quem não vê os pais durante a maior parte do ano entende. Não fiz mais nada durante a semana toda. Fora isso, temos uma novidade em casa, um novo roomeite. A mocinha chilena foi morar na casa do namorado bobão durante as férias, e encontrou um suiço alemão, de 19 aninhos, que veio tomar seu lugar. Ele é muito fofo, sempre sorrindo, Está estudando francês. Ainda não sabe cozinhar (come salada e pão), nem lavar suas roupas. Meu instinto materno tem vontade de ensinar tudo, mas meu instinto de mulher que não quer ter filhos pensa que isso é problema da mãe. Ainda não sei quais dos instintos vai vencer?
segunda-feira, junho 20, 2005
Declaração de Amor
- Você ja fez a declaração de imposto de renda? - Fiz. - Teu salário deu isso? (apontando para uma folha Excel) - Não, é mais. - Merda! - ???? - Quanto mais? - Uns 7 mil. - Assim? (mostrando a folha Excel ajustada) - Isso. - Ta vendo aqui, essa coluna, é teu salário, e aqui o que você vai pagar de imposto. Essa é a minha, com o meu imposto. Os dois juntos, aqui nessa coluna. - E essa coluna aí? - Exatamente! Essa aqui é o nosso imposto junto, se a gente se casar. E aqui é mais ou menos o que vamos economisar. - Porra ! Tudo isso?!?!?! - Tudo isso. Viu só, vale a pena a gente se casar. - Nos teus sonhos, merrmão! - Não, falando sério. Você quer casar comigo?
Minha amiga Caro está grávida. Mas grávida mesmo, com aquele barrigão. Aliás, no momento exato, talvez nem esteja mais grávida porque talvez já virou mãe. O engraçado é ver como essas coisas acontecem em outra cultura. A Caro é um amor de menina, mas tem uma tolerância incrível com o marido, que é um amor, mas que abusa da bondade e boa fé da moça. Ele sai com os amigos beber enquanto ela fica em casa com o barrigão, e depois some. Ele comprou um apê pra eles enquanto ela estava com a barriga, e depois resolveu fazer todos os travaux (contrução) sozinho, e deixou Caro com sua barriga morando na casa dos pais dele. Por mais que os sogros sejam legais, pelamordedeus, eu matava um cara desses. Mas então, não é que Caro foi pra maternidade esse final de semana, com as contrações que começaram. Ela estava dilatada de 3 cm, e esperariam chegar aos 7. Ou seja, estava lá pela metade do trabalho. Ela disse pro marido que esse trabalho ela faria sozinha, e mandou ele embora pro bar. Ela ficou sozinha, enquanto o marido ligava pros amigos, comentando o futebol (México e Brasil, o México ganhou um à zero, que vergonha). Quando me contaram, fiquei pasma. O dia que eu for passar por isso (só daqui á muito tempo), vou querer minha máe, minha irmã, algumas amigas bem selecionada, e CLARO, OBVIO, o pai da bendita criança. Quanto mais gente por perto, melhor. Quero o máximo de mãos pra morder, o máximo de gente pra xingar, e muitos paninhos gelados na testa, muitos carinhos e cuidados. Como, pergunto, como é que a moça resolveu fazer isso sozinha ?!?!?!!
- Ah, mas esse povo europeu é muito diferente de nós, disse minha amiga Mexicana.
sexta-feira, junho 17, 2005
Ontém cheguei em casa tarde. Depois so trabalho, como é de costume em dias de desespero, fomos ao bar da esquina. E essas coisas atrasam a volta pra casa, atrasam a preparação do "jantar", e atrasam o pouco trabalho que posso fazer com os meus projetos. Enão estava meio cansada e ansiona, quando sentei pra respirar 5 minutos, e liguei a TV. E quem eu vejo, logo de cara? A maravilhosa Bethânia, olhando pra mim. Nesse ano do Brasil na França passam muitos documentários, principalmente musicais, nos canais mais "intelectuais" da televisão francesa. E esse foi um deles. Um documentário lindo, sobre Bethânia, mas, claro, onde apareciam Caetano, Gil, Chico, e todos esses brasileiros que nunca vi, mas que considero meus amigos, minha família, meu Brasil. Que saudades que me deu, que vontade de sair correndo pegar o próximo avião de volta pra minha terra maravilhosa!
quarta-feira, junho 15, 2005
Comprei uma roupa mais cara que o aluguel. São poucas as coisas que possuo que custam mais que o aluguel. Em 9 anos que trabalho em que me sustento sozinha, sem um tostão de ajuda dos outros, posso contar nos dedos as vezes que comprei alguma coisa mais cara que o aluguel. O meu computador, que foi uma compra dolorida, mas que valeu muito a pena, e agora, uma roupa. Mas a vida é assim, as vezes temos que fazer exeções.
Não posso usar saias porque as pernas estão muito brancas. Mas as pernas estão muito brancas porque não uso saias
terça-feira, junho 07, 2005
Estou pra fazer 30 anos. Trinta! Pode uma coisa dessas? Vou ter que fazer uma bela duma terapia antes de poder dizer às pessoas a minha idade. 30 anos e uma nova vida. Pelo menos as outras partes da vida vão pra frente também. Mas ainda tenho tantas coisas pra aprender, e tantas coisas pra ver, e conhecer, mudar e crescer... Como é que vou conseguir encaixar tudo isso no resto da minha vida?
Mensagem pessoal:
Marta, você deixou alguns recados por aqui, mas não deixou e-mail ou blog. Tem algum jeito de trocar umas idéias? Queria te perguntar sobre o tratamento que você fez para as dores de cabeça. Se quiser, me mande um recado pelo sistema de comment aí à direita. Obrigada, obrigada....
domingo, junho 05, 2005
A minha crise dos 28 não foi assim, uma crise que eu tive aos 28. Foi A crise DOS 28. Entende?
Seguinte: a vida tem ciclos. À cada 7 anos, todas as células do nosso corpo se renovam. Aos 8 anos de idade, não sobra nem uma única célula do corpo de uma criança quando ela tinha 2, por exemplo. E isso tem repercursões, claro. Mas aos 28 a coisa é meio braba. Porque é uma idade onde a vida adulta realmente está em andamento. Aos 7, 14 e 21 ainda temos a desculpa de sermos meio crianças. Aos 28, normalmente (claro que não acontece com todos - vide eu mesma), as pessoas deveriam ter algum resquício de vida adulta, de resposabilidades, de estabilidade. Então esse tal de ciclo dos 7 faz um efeito. Em geral, as pessoas que chegam aos 28 percebem que a vida está toda errada, e querem mudar tudo. (Casa, trabalho, país, amigos, amados, etc.) Existem, claro, as pessoas que simplesmente se questionam, e resolvem que a vida vai bem, obrigada, e que estão felizes assim. Mas muita gente tem vontade de mandar tudo praquele lugar, e começar de novo. E acontece muito.
Menos, claro, com pessoas incompetentes e enroladas como eu. Que quis mudar tudo, tudinho, mas demorou dois anos pra realmente começar. Pois então, eis o resultado da minha crise dos 28 agora, aos quase 30. Aguardem!
terça-feira, maio 31, 2005
Tive minha crise dos 28, clássica, dois anos atrás. Resolvi que não gostava da minha vida, e que tudo devia mudar. País, trabalho, relacionamentos... Só que sou uma pessoa muito indecisa, e não muito eficiente no gerenciamento da minha vida. Consequentemente, nada mudou. Hoje em dia, beirando os 30, consegui começar o processo. Estou em negociações com os chefões, pra ir-me embora do trabalho. E vou me mudar da França, país que me acolheu durante 11 anos. No começo de Setembro chego em Barcelona, minha cidade preferida nesse continente, tão longe do meu lar. Barcelona, onde não tenho casa, nem emprego, onde não falo a língua, não conheço os costumes. E onde não conheço uma única alma. Mas vou. Porque essa tal de crise dos 28 já atrasou demais.
Esse final de semana fomos passear em Lille. Fica pertinho de Paris, uma horinha de TGV. A cidade é pequena, e toda bonitinha. Lembra muito a Holanda ou Bélgica. Andamos pra todos os lados, e visitamos várias exposições de fotografia, do festival Trans Photographiques. Alguns artistas meio medíocres, outros muito legais. Mas principalmente espaços muito interessantes. Por exemplo, tem uma enorme exposição num balcão do correio, antigamente usado pra classificar e separar o correio. Hoje em dia eles guardam o espaço igualzinho, e o usam para exposiçõs. Existe idéia mais interessante?
Lille é uma gracinha, vale a visita.
domingo, maio 29, 2005
Pequeno (e raro) momento político nesse blog...
O resultado do Referendum: os franceses votaram contra a constituição européia... Foi um NON declarado com força. Ganharam 55%. O resultado oficial saiu agora pouquinho. Não sou chegada à política. Não me considero européia, sou brasileira. Mas mesmo se não fosse o caso, não sei o que votaria. Não entendo muito bem essa história, não lí a constituição, portanto não posso dar uma opinião séria. Quando o Chirac deu seus argumentos à favor do OUI, em entrevistas na tv, me parecia lógico. Mas os franceses não gostaram, votaram contra. O que vai acontecer agora? Não tenho a mínima idéia. E vocês, o que acham?
sexta-feira, maio 27, 2005
Nunca esqueça de lavar as mãos!
Outro dia estava cheia de boa vontade, fui arrumar minhas coisas, mexer na tralha, e jogar fora o supérfluo. Estava organisando os sapatos, que por casa do pouco uso, estavam bem empoeirados. Com as mãos bem sujas, cocei o olho. Ficou irritado, então coloquei colírio, mas pouco ajudou. Em alguns minutos meu olho direito inchou, ficou vermelho e lacrimejante. Uma maravilha! Fiquei parecendo com o Mike Tyson em dias de luta. Fui dormir, e no dia seguinte, nada de melhora. Parecia que eu tinha levado um soco.
Conclusão: tive que passar 4 dias colocando gotinhas nos olhos todas as duas horas, faltei no trabalho por causa da cara de Elephant Man, e tudo isso porque meti o dedo sujo no olho. Lavem as mãos crianças, lavem as mãos!
segunda-feira, maio 23, 2005
O que eu queria, mesmo, era passar uns tempos sendo dona de casa desocupada. Não muito rica, porque a vida não teria graça, mas bem desocupada. Vestiria uma calça jeans com uma camiseta preta todos os dias. Visitaria todas a galerias. exposições e museus da cidade. Todos mesmo. Andaria por aí com uma máquina fotográfica e um caderninho para escrever coisinhas. Correria no parque todos os dias, até ter fôlego pra correr uma maratona, até ter o corpo forte e sadiu. Conheceria todas a lojas, butiques e cafés de cór. Sairia tomar chazinho com as amigas, passando tardes inteiras jogando coversa fora. Compraria legumes frescos todas as tardes, pra preparar jantas elaboradas. Teria uma máquina de costura pra fazer criações artísticas enquanto a paciência durasse. Escreviria textos maravilhosos que publicaria muitas vezes por dia num blogue bem feito. Aprenderia à passar roupas, mesmo que não seja necessário passar jeans e camisetas. Pintaria o cabelo de cores não apresentávais num trabalho sério. Aprenderia a fazer sobremesas sofisticadas. Faria aulas de caligrafia japonesa e árabe. Observaria as pessoas correndo ao trabalho de manha cedo, e depois voltaria pra cama. Daria aulas de criação de sites para jóvens problemáticos. Passaria dias e semanas e meses lendo livros nas bibliotecas. Não me irritaria com as pessoas que andam devagar nos corredores do metrô, porque teria todo o tempo de andar devagar também. Voltaria à faculdade, pra aprender arquitetura, engenharia, design ou fisioterapia, até me especializar e voltar à trabalhar como uma maluca mais uma vez, sonhando do que faria se fosse uma desocupada.
sábado, maio 21, 2005
Agora, depois de velha, foi que resovi gostar de cozinhar. Sempre detestei, e sempre fiquei longe da cozinha. E hoje em dia me pego pensando em quantas cenouras tem na geladeira, no metrô voltando do trabalho. E vou fazer a feira com todo o gosto. E compro coisas que nem sei cozinhas, pra esperimentar. Tudo bem, não vou sair por aí dando aulas no Cordon Bleu nem nada, e faço coisinhas símples, ainda não sei usar especiarias, e tudo mais. Mas gosto de passar tempo na cozinha. Coisa de louco... Quem me conhece que sabe!
sexta-feira, maio 13, 2005
Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida. Negociei, agora pouco, com a chefa, da maneira que vou sair desse emprego. Tudo indica que daqui à três meses, estou fora, ofcialmente desempregada. Desempregada, mas muito, muito feliz.
sexta-feira, maio 06, 2005
Encontrei um antigo texto sobre um antigo sentimento que se foi tão rapidamente quando apareceu:
Segunda feira, 24 de Março 2003, 7h00
Acho que estou meio apaixonada. Não tenho certeza, mas acho. Também, não sou difícil. 3 horas de conversa, muita tinta, um copo d'água. Cabelos escuros com aluguns fios brancos, encaracolados (tudo o que eu queria pra mim). Olhos meio esbugalhados, grandes. Boca gostosa, com uma cicatriz no lábio superior, à esquerda. Conversa, perguntas. Ele descobriu a história da minha vida todinha. Eu fiquei sabendo um pouco da sua. Tem muita coisa à descobrir ainda. Ele me deu esse caderno de capa azul escura, dura, para anotar nossa ideias sobre o site. Mal sabe ele que vou encher o caderno de textos. Alguns sobre ele. Vou me embora para Londres. Acordei cedinho pra pegar esse trem. Sono. Músculos doloridos por causa de sábado à noite. O sol está se levantando sobre as casinhas e fábricas tristes dos subúrbios de Paris. Penso em seu rosto interessante, bonito. Em seu sorriso tranquilo. Seus cachinhos morenos. Não vi suas mãos direito. Uma pena. Queria muito ter visto suas mãos. Devem ser lindas. Muita tinta, muitos quadros. Tenho que escolher uma pintura. Ou posso também encomendar alguma coisa. De repente posso achar um pedaço de madeira e pedir pra ele pintá-la. Quero voltar logo pra Paris. Quero ver se sua boca é realmente do jeito que eu lembrava.
segunda-feira, maio 02, 2005
E mais uma vez com vocês: Bruna e a burocracia francesa.
O ex-roomeite mexicano, que foi morar na Suécia com sua namorada estranha (essa sim, é relamente estranha), recebeu um pacote pelo correio, registrado. Sendo que ele não estava em casa no momento que o troço chegou (duh, estava na Suécia), eles deixaram um papelzinho, pedindo que ele fosse buscar nas próximas duas semanas. Ele me mandou uma procuração, e uma cópia do passaporte por e-mail, que, sendo por e-mail, não estava assinada. Eu assinei por ele, e pronto. Chegando no correio essa manha, e moço me olhou com cara feia, e disse que não aceitavam procurações, que ele tinha que assinar o próprio papelzinho, e que, mais importante, ele precisava de um documento de identidade original. Expliquei que o moço estava na Escandinava, e isso durante alguns meses. Por isso ele não tinha como assinar o papelzinho, nem deixar o passaporte comigo. Seria possível deixar o pacote por lá alguns meses? - Non, Madame. Perguntei se seria possível eu apresentar uma carteira de identidade mexicana. - Non, Madame. Não consideramos documentos estrangeiros como oficiais. Teria que ser o passaporte. Certo. Claro. Expliquei que sendo que ele estava viajando, o passaporte estava com ele, lá na Suécia. - O senhor entende que pra viajar ele tem que ter o passaporte junto com ele, certo? - Oui, Madame. Mais c'est pas possible, pas possible. (Pas possible tem que ser a frase que é repetida mais vezes pela população desse país. Tenho certeza absoluta.) Ele ofereceu me mostrar o pacote, para que eu pudesse ver de onde vinha. Respondi que já sabia de onde vinha, e o que continha. - Alors, c'est pas possible, Madame. - Então o que você sugere? Entende o problema do passaporte, e do papelzinho? - C'est pas possible, ele disse, mais uma vez, levando a procuração pra dentro do seu escritóriozinho. Daí ele saiu com o bendito pacote na mão, e me deu, reclamando, dizendo que eles não aceitavam cópias de documentos. Mas me deu. Agradeci, e fui-me embora. O que achei realmente legal da história toda, foi que a assinatura no bendito papel, que ele nunca leu, era falsificada!
terça-feira, abril 26, 2005
Fui na capoeira esta semana, e o Didier está bem melhor. Conversei com ele semana passada, e ele me contou que estava muito cansado. Agora melhorou, entrou na roda, às vezes dava uma desligada, mas depois falou comigo de novo, até perguntou se eu era casada! Melhor sinal de que está voltando ao normal. Não sei o que ele tem. Alguma doença mental, que se trata com remédio fortes, químicos. E que certas vezes não se trata, ponto final. Fiquei assustada quando o vi naquele estado, mas ele vai melhor.
segunda-feira, abril 25, 2005
Hoje cheguei em Madrid. Não queria sair de casa esta manha, não tinha vontade alguma de viajar. Mas a Espanha é um país onde me sinto bem. O sol brilha forte, o taxista foi simpático, o hotel é podre. Vim com o novo super computador laptop que nos deram no trabalho. Mas o super hotel chique onde estou nem tem wi-fi. Quem quiser, que entra na internet na recepção memso, e pague os vários euros por 15 minutos. Então escrevo isso no quarto, e colocarei no blog depois.
Chegando, fui passear. Andei, andei, andei, me perdi, me achei. Acho que esse é o melhor jeito de se conhecer uma cidade. E vou conhecer mais amnha, nos taxis que me leverão de um lado ao outro, para visitar as escolas que vou ver.
Assisto televiseão enquando escrevo. Quem sabe a bela lingua desse país não entra na minha cuca por osmose? Dá pra entender o básico: acidente de trem horrível no Japão; a Espanha é o país com o maior número de acidentes de trabalho na Europa; pesquisas mostram que 51% dos franceses vão votar contra uma constituição europeia (o governo quis dar um de cool, um dos únicos países onde perguntaram à população o que queriam, e agora Titio Chirac vai ter uns problemas).
. . . . .
Mas Madrid é uma cidade muito linda; a capital mais verde da Europa. Tem parques por todos os lados, árvores nas ruas, povo simpático, e um ar de limpeza e organização. Queria é ficar por aqui mesmo.
Às vezes escrevo besteiras, e consequentemente, nã me entendem. Acontece, pero no mucho. Quando disse que ia sair por aí sem rumo, não queria dizer geograficamente, mas ?professionalmente?. Se é que tenho uma profissão. O que queria dizer é que vou pedir demissão, e dar uma de adolescente, que fica tentando descobrir quem é, na realidade. Veremos?
Porque será que os bancos das salas de embarque dos aeroportos (onde passamos uns 30 minutos) são sempre mil vezes mais confortáveis do que os bancos dentro dos aviões (onde podemos passar até 14 horas)?
domingo, abril 24, 2005
Amanha me vou à Madrid! Bela Madrid. Mas vai ser à trabalho, e vai ser dois dias muito rápidos, corridos. Mas mesmo assim, estarei nessa cidade linda espanhola, aproveitando o que der...
sexta-feira, abril 22, 2005
Minha mãe é muito gente boa. Me lembro de quando era pequena, bem pequena, e brincava no colégio. As outras crianças ficavam estressadas, porque achavam que suas mães iam reclamar de roupas sujas e rasgadas. Eu chegava em casa toda destruída, com cara de quem fez merda. Mas ela nunca achava ruim. Sempre dizia que crianças tinham que brincar muito, se sujar, se jogar no chão, que ela nunca reclamaria. E nunca reclamou. Mais tarde, quando eu estava maiorzinha, e os meninos da escola resolveram usar brinquinhos, e todas as mães ficavam horrorisadas, ela achava maravilhoso. Queria muito que eu arranjasse um namorado de brinco. Mas ela ficou realmente contente quando os meninos de cabelos compridos apareciam. Quando mais bagunçados e caóticos, melhor. Mas o que realmente me surpreendeu foi quando resolvi fazer uma tatuagem. Porque essas coisas são permanentes, certo? Eu fiz a minha, ela amou, queria que eu a levasse ao tatuador pra fazer uma nela também. Chegou uma época, nas escola, quando meus amigos gostavam de vir em casa só pra ver a minha mãe. Se eu não estivesse por lá, não era problema, com tanto que ela estava no pedaço. Agora, mais uma vez, ela me surpreendeu. Eu disse que queria pedir demissão no trabalho, e partir por aí, meio sem rumo. Ela disse que estava demorando demais, que acha que eu estou ficando sossegada, no meu emprego estável, que já está na hora de fazer uma loucuras na vida. Então eu vou.
sexta-feira, abril 15, 2005
Alguém quer um Gmail? É só pedir...
quarta-feira, abril 13, 2005
Se deus existe (com "d" minusculo, porque existem muitos deles), porque que ele fez com que meu amigo Didier adoecesse? Meu amigo, um capoerista forte, bonito, negro, com o coração gigante, tem um desequilíbrio químico na cabeça. Ele toma injeções cavalares todos os meses, mas às vezes não basta. Às vezes não dá certo. E ele fica como um bêbado, sem noção. Ele se emputece com as pessoas, fica violento ou simplesmente lerdo, muito lerdo. Se eu olhar no fundo de seus olhos, ele sabe. Mas por fora, parece um animal perdido. Mas ele sabe, porque vem ao curso, e canta. Canta com toda a sua força. E independentemente dos níveis de química no cérebro dele, a voz maravilhosa que esse homen tem, mostra quem ele relamente é. Mas porquê, se ele existe, deus resolveu esconder meu amigo atrás de remédios e atrás de tratamentos que não funcionam?
domingo, abril 10, 2005
É época de declaração de impostos na França. Primeiro a minha irmã, que não percebe. Este é o primeiro ano que ela trabalha, então ela não recebeu o formulário. Passou a data, ela nem nada. Quem foi que declarou pra ela, que telefonou pra perguntar como fazer, que arranjou o fomulário, que escreveu a cartinha explicando os erros? Ganhei um buque de flores pelo meu esforço. Mas pior que a irmã é o monsieur. Época de declaração é época de pesquisa. Como podemos dar um jeitinho de pagar menos? O problema é que a melhor maneira é se casando. Pode? Filhos ou casamento. Filhos, já sabemos, é uma coisa meio complicada. Então agora ele quer que a gente se case!!! O problema é que casando a gente economisaria uns 7 mil Euros de impostos, entre os dois. Imagine? Uma grana poderosa. Mas casar não dá. Pelamordedeus. Não tem condições. Eu tenho cara de uma mulher casada? Não tem como. Mas 7 mil Euros também é muita grana!
quinta-feira, abril 07, 2005
TPM é foda. Ainda mais quando chega ao mesmo tempo que as alergias ao pólem. Quero minha cama...
sábado, abril 02, 2005
Voila! Eis as novidades da Italia...
sexta-feira, abril 01, 2005
Fui pra Itália, dirigi por lá, sobrevivi, e voltei. Que país lindo. Volto aqui logo, com fotos e a historinha toda...
sexta-feira, março 18, 2005
Amigos, leitores... Alguém tem alguma arte (textos, fotos, poemas) à contribuir para o Capim? Preciso da ajuda de vocês. E preciso dar uma abrasileirada nesse troço. Coloco links, endereço, o que vocês quiserem. Marketing interativo grátis... :)
segunda-feira, março 14, 2005
Novidades? Tenho duas. Primeiro, botei uma versão cheia de erros, e ainda muito verdinha, do Capim Canela online. Ainda tem muito trabalho à fazer, mas comentem. Tem um mini blog "professional" meio vergonhoso dentro dele também. Por enquanto, em inglês.
Segunda novidade, vou tirar uma semaninha de férias e vou pra bela Itália! Pro sul, Napoli e as redondezas. Vou ter que dirigir, porque o Monsieur está sem carteira... Espero que vou sobreviver!
sexta-feira, março 11, 2005
Ando descobrindo, depois de velha, que sou ciumenta. Monsieur foi tomar cerveja, sozinho, com uma tal de amiga que eu nunca ouvi falar. Fiz um mini-escândalo. Depois fiquei com cara de bunda porque ele voltou cedo por causa das minhas reclamações, e eu cheguei quase meia noite! A coisa mais feia no mundo é a inveja e a culpa. Mas o ciúme não está longe, não...
quinta-feira, março 10, 2005
"Se na cabeça do homém tem um porão onde mora o instinto e a repressão, me diz aí, o que é que tem no sotão?"
Olho de Peixe, Lenine/Suzano
Paris está em greve. Greve de metro, de ônibus, bibliotecas, aeroportos e até a Euro Disney. Va comprendre! Mas por isso fiquei em casa. Passei o dia trabalhando com vários projetos. Entre outros, o meu amado Capim Canela, que logo, logo, estará online. Demorou, e ainda vai demorar mais um pouco, mas um dia a gente chega lá.
terça-feira, março 08, 2005
Hoje à noite, chers parisiens, tem exposição do cara das benditas fotos aí embaixo. Quem quiser ir, vejam o endereço no site dele. Eu, claro, estarei, e eu, claro, ainda não consegui escolher quais fotos eu quero. Os votos de todos vocês ajudaram muito. Mas sou incapaz de tomar decisões na vida.
quarta-feira, março 02, 2005
Desde a semana passada, o mundo ficou branco. Bastante neve, gelo e vento. Durante o final de semana, a temperatura durante a noite chegou a -10 graus. Essa semana continua assim. A cidade de Paris se preocupa com os mendigos , que morrem de frio à noite na rua. E na minha casa faz calor. Mas o que eu posso fazer? Quem tem condições de abrigar um ser humano que sofre com o frio?
sábado, fevereiro 19, 2005
Estou precisando de uma ajudinha de vocês... Preciso escolher duas fotos, e não consigo. (Todas são dele, claro.) Escolhi algumas que acho interessantes. Votem, ajudem, quais dessas vocês preferem? Amigo/amiga, leitor/leitora (todos os 4), votem, a sua opini?ão pode mudar tudo!
Número 1:
Número 2:
Número 3:
Número 4:
Número 5:
Número 6:
Número 7:
Número 8:
Número 9:
Número 10:
Número 11:
Número 12:
segunda-feira, fevereiro 14, 2005
Noruega. A previsão do tempo dizia que a temperatura ia variar entre 4 graus positivos e -3. E foi mais ou menos isso. Nada de muito dramático. Nevou algumas vezes, mas nada de insuportável como estava imanginando.
O povo é muito simpático. Eles parecem que falam sorrindo. Todo mundo fala inglês, imediatamente, sem fazer cara feia como os franceses. A vida parece fácil, desde a compra das passagens pro trêm, até o hotel, o trânsito, o supermercado. Tudo tem uma lógica.
A cidade de Oslo é bastante feia e sem graça, mas a falta de luz durante o inverno não deve ajudar muito a impressão que tive. Eu passei os dias trabalhando num salão, que abira às 9:00 da manhã, e fechava às 19:00. O tempo que passava fora (antes e depois do trabalho) era sempre na penumbra. Por isso, talvéz, que as pessoas soltam um sorriso tão fácil...
A palavra ladrão não deve existir em norueguês. No trêm indo e voltando do aeroporto as pessoas deixam as malas em compartimentos apropriados, e sentam-se no fundo do vagão. Esses compartimentos ficam bem na frente das portas. A coisa mais fácil seria agarrar uma mala na hora que a porta fecha, e sair correndo. Mas ninguém hesita em largar todos os pertences por lá.
Na TV, Big Brother Noruega. Tudo igualzinho, mesmo o estilo da casa onde moram. Em vez de bikinis, o povo veste casacos o gorros. Mas de resto, tudo igual. Trash é trash, em qualquer país.
Gostaria de poder voltar à esse país durante o verão, e poder visitar os fjords, e passear um pouco. Aí, sim, poderia justificar um pouco minhas impressões de um país tão estrangeiro...
domingo, fevereiro 13, 2005
Fui, e voltei, da Noruega. Vi pouca coisa de Oslo, mas o que ví foi mais ou menos isto:
sexta-feira, fevereiro 04, 2005
Estou precisando de uma musa / um muso. A inpiração está seca. De onde será que as pessoas tiram textos maravilhosos e interessantes? Estou lendo um livro emprestado, Middlesex, de Jeffrey Eugenides. Será que existe em português? O homen é um gênio. Quero aprender à escrever como ele, mesmo se for só um tiquinho.
quinta-feira, fevereiro 03, 2005
Ontém fui ver meu amado, idolatrado, super-héroi acupunturista. Fiquei feliz porque ele disse que as minhas dores de cabeça são complicadas à resolver, porque são muito "antigas", mas que ele está entendendo a situação e estamos chegando lá. Tudo bem se demorar, tudo bem se for caro, o que eu quero é a solução. E se ele diz que vai conseguir, acredito completamente. E quando ele me diz isso com seu sorriso irresistível, posso esperar o tempo que ele quiser. Não sei o que seria, exatamente, uma dor "antiga", mas vamos lá.
Mas antes de chegar no consultório já estava dando risada. Estava sentadinha nos banquinhos da estação do metro, quando um casal barulhento de brasileiros desceram do trem, com uma tonelada de malas. Eles se sentaram do meu lado, e a moça deu uma olhada na minha direção e disse que esse povo é neurótico, porque andam todos com um livro.
Neuróticos por causa de um livro? No comprendo, amiga. Ler é feio? Sinal de gente doida?
Fiquei quietinha, na minha, lendo.
Ela virou pro moço e perguntou como eles encontrariam o hotel. Ele não sabia.
- Pergunta pra ela.
- Não.
- Pergunta, vai.
- Aaaaaaaaaaaaaaaah, não.
Ela virou pra mim.
- S'il vous plaît, você fala português, né?
- Falo.
Ela ficou com a maior cara de cú. Sorrisão amarelaço...
Mas sou boazinha, e ajudei eles com as malas, e encontrei o hotel, e ainda dei uma pequena introdução sobre a história do bairro do Marais. E fui-me embora ver meu guru.
Paris não é só romance, pontes e pessoas que passeam com "berret" na cabeça e um "baguette" em baixo do braço. Segunda feira passada, dia 31, um homen estava esperando o metro na estação Rambuteau, quando um maluco veio por trás, na hora que o metro chegou, e o empurrou pra cima dos trilhos. O homen morreu na hora. O assasino foi pego por outros passageiros que conseguiram alcançá-lo do lado de fora da estação. Vejam artigos aqui, aqui e aqui.
terça-feira, fevereiro 01, 2005
Se tem uma coisa que eu odeio na vida é o frio. E se tem um lugar no mundo que é frio, é a Noruega. Será que vocês seriam capazes de adivinhar pra onde vou à trabalho esse mês? Pois é. Mas é verdade que nunca fui pra esse topo do mundo, e sempre tive muita curiosidade... Deve ser lindo... Mas muito frio!
Sucumbi, esse final de semana. Odeio pessoas que conseguem ser felizes quando compram coisinhas, e pessoas que são infelizes quando não compram nada. Mas fui no Pompidou (um dos meus lugares preferidos nesse país), e não resisti. Na loja maravilhosa de livros de arte. comprei um mouse-pas liiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiindo (o meu estava podre, perdendo lasquinhas de plástico cada vez que minha manga esbarrava nele) e um mini Moleskine. E odeio confessar que essa comprinha simples e desnecessária me deu, e continua dando, um prazer imenso!
domingo, janeiro 30, 2005
Minha irmã voltou de suas férias no Brasil. Anda meio ausente, porque tinha outra moça morando no seu quarto, mas também porque prefere a compania do namorado...
Trouxe um CD, com suas fotos de viágem. Não aquelas fotos de férias, mas fotos de uma fotografa. Fotos onde posso sentir o arrepio da chuva na pele, o cheiro do mar, a voz das pessoas. E o coração apertou, com saudades, saudades, saudades. O que faço nesse continente, tão longe do Brasil? Longe do mato, da neblina nas montanhas, da chuva que não termina mais? Longe da poluição de São Paulo, da areia salgada, da fritura, do calor das pessoas? Angústia de saber que não pertenço aqui, e que não tenho a força de partir, e voltar ao meu país agora, imediatamente.
segunda-feira, janeiro 24, 2005
Pois é. Faz tempo, eu sei. E também faz tempo que não visito os amiguinhos, e etc. e tal. A inspiração e a vontade andam meio secas.
Resolvi que não quero usar esse espaço como desabafo sobre o trabalho, e no momento o trabalho está tomando a maior parte da minha energia. A verdade é que o povo anda totalmente desmoralizado, o novo chefe é um babaca de primeira, e logo, logo, ou ele vai embora, ou vai o resto do que sobrou dos meus colegas.
Na França é praticamente impossível mandar uma pessoa embora de uma firma. Ao contrário de todos os outros países civilizados, onde o patrão escolhe quem e quando os empregados ficarão empregados, na França existem leis que protegem esses mesmos. E se isso tudo não bastasse, existem grupos de empregados que se organizam para defender os (já bem defendidos) funcionários. (Vide a quantidade absurda de greves desse país). O chefe desse grupo aí já veio conversar conosco, já falou em advogados, testemunhas, e outra palavras que não constam no meu vocabulário em tempos normais. Ou seja, o bicho vai pegar.
Trabalhar em condições assim é muito ruim, mas ao mesmo tempo, não estou muito preocupada com o meu emprego. Não queria ficar por aqui por muito tempo, e posso arranjar uma nova vida muito facilmente. O problema já é bem mais sério quando se fala em colegas mais antigos, que com a idade mais avançada, não teriam possibilidades de arranjar outro emprego sem um pequeno milágre.
Tenho sorte, muita sorte, de ser jóvem, de ter outras possibilidades e interesses, mas principalmente de conseguir separar o trabalho da vida. Mas que isso tudo cansa... cansa, sim!
quarta-feira, janeiro 19, 2005
Hoje de manhã, como sempre, estava esperando o metro, que estava cheio, como sempre. Deixei passar um trem, fui sentar no banquinho, levantei do banquinho (o banquinho tinha cheiro de xixi velho), deixei passar outro trem. Tenho uma regra na vida, que é que a minha presença no trabalho não é suficientement importante pra mim me esmagar no metro só pra chegar na hora. Quando chegou outro trêm, o motorista saiu da sua cabine, me fez um enorme sorriso, e um "Bonjour!". Depois perguntou porquê eu não queria subir. Expliquei, e ele me convidou à entrar na cabine com ele. Vim até o trabalho do lado do motorista. Ele me contou sobre o trabalho, que é meio estressante porque tem muita gente que fica passeando nos trilhos, e ele sempre tem que ficar de olho aberto. Mas em geral ele estava contente com o trabalho, disse que ganha bem, e tem horários bons. A vista dos trilhos pela frente é muito mais interessante do que o que os passageiros veem. E a ausência de gente irritada que empurra e tem mau hálito é maravilhosa! Vou ver se encontro meu motorista simpático mais vezes...
sexta-feira, janeiro 07, 2005
Sobre os comments:
Squawkbox, o sistema porcaria que usava antes, fez terrorismo, e comeu meus comments de um dia pro outro, sem maiores explicações. Agora eles pedem grana pra me devolver tudo. Fiquei puta, pensei e me torturei longamente, e resolvi que, por princípio, não vou pagar isso tudo não. Doi o coração, sofro por perder um monte de coisinhas lindas que vocês me diseram, mas tudo isso se perdeu. Agora tenho comments novinhas do Haloscan, que são ótimos, e fofos, e não pedem nada em troca. Viva Haloscan!
Sobre a vida:
Tirei 10 dias de folga, fui pra Holanda, trabalhei como um cavalo e terminei o Photos Graphies, e depois estava na hora de voltar ao trabalho. Exatamente um dia antes comecei à pensar, e fiquei doente. Assim, por acaso. Deu uma dor de barriga alucinante, e fiquei na cama 24 horas, sem quase comer nada. Depois vieram 3 dias de dores de cabeça, e agora estou de volta ao mundo dos vivos e saudáveis. E trabalhando. E vou trabalhar esse final de semana todo. Ou seja, voltei com tudo!
Em casa, estamos com um monte de gente morando em baixo do meu teto. Minha irmã foi pro Brasil de férias, e alugou seu quarto à uma mocinha paulista muito fofa. O mexicano que morava no quartinho se foi pra viver outras aventuras em lugares mais baratos que Paris, e entrou uma Chilena estudiosa em seu lugar. Meu monsieur, que mora na sua casinha em Montmartre, esta sem teto alguns dias, porque a dona da casa dele está em Paris, entã ele também mora conosco. Ou seja, uma zona de gente, línguas e culturas, horários e comidas.
E a aventura continua?
quarta-feira, janeiro 05, 2005
Monsieur e eu estávamos discutindo esses dias se eu devia ou não comprar uma bota, e se fosse o caso, se eu devia ou não comprar uma bota ridiculamente cara (de marca) que eu gostei, ou procurar algo mais barato e realista, mais em conta com o meu salário. Ele, claro, queria que eu comprasse a bota cara, de marca, porque ele ganha muito mais do que eu, e adora gastar fortunas com idiotices como botas de marca. Eu, que tenho ansiedade aguda quando tenho que gastar dinheiro, achei que devia procurar uma bota de pobre, que, convenhamos, muitas vezes são muito bonitinhas. Discutimos muito, e nunca conseguimos chegar à uma conclusão.
Agora mesmo, peguei meu cartão de crédito, e doei o equivalente do preço da bota cara ao Care, para judarem com as vítimas do tsunami. Monsieur não vai gostar, porque não é chegado nessas coisas, e porque acredita que essas ongs são todas corruptas, e que se não são, os governos dos países são. Já sei muito bem que vamos brigar sobre isso, mas a decisão é minha, e já foi feita.
Não vou postar uma longa lista de ongs para onde vocês podem fazer doações, porque sei que vocês sabem onde encontrá-las. Mas pensem bem, o que vale mais, uma bota (de marca ou de pobre) ou mandar uma grana para as pessoas do nosso planeta que tiveram uma das experiências mais horrendas do último século?
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